A influenciadora Isabel Veloso, que está grávida e tem um câncer em cuidados paliativos, está internada para tratar uma infecção na bexiga. Ela disse que, durante os exames para avaliar a saúde do bebê no hospital, descobriu um descolamento de placenta.
Isabel explicou em seu Instagram que o descolamento é “leve” e, segundo o médico que a atendeu, deve ter ocorrido “por conta do crescimento do bebê”. Já a questão na bexiga é uma complicação de uma infecção urinária que estava sendo tratada, mas piorou.
A jovem contou que procurou o hospital após sentir dores fortes na região do colo do útero, que lembravam cólicas, e porque “a infecção urinária é muito perigosa para as gestantes”. Isabel disse ainda que ela e o bebê estão bem.
Não há detalhes médicos sobre a situação, mas o descolamento tende a ser sério. “É um quadro abrupto e, dependendo da idade gestacional e do tamanho do descolamento, pode se tornar uma emergência obstétrica, pois há risco de morte fetal e complicações para a mãe”, aponta o ginecologista e obstetra Rodrigo Rosa, fundador da clínica Mater Prime.
Ela ganhou as manchetes na imprensa após anunciar a gravidez em agosto, meses depois de dizer que sua doença estava em estágio terminal. Isabel é portadora de um linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer sanguíneo. Agora, a jovem e sua médica afirmam que a doença encontra-se estabilizada e sob cuidados paliativos.
+Leia também: Estado terminal e cuidados paliativos: qual a diferença?
O que é o descolamento de placenta
O descolamento de placenta tem como principal sintoma o sangramento intenso. Em outros casos, podem surgir dores abdominais e fortes contrações no útero.
O quadro acontece quando a placenta, responsável por nutrir o bebê, se desgruda da parede do útero. “Esse descolamento gera uma zona de hematoma e sangramento, e leva o útero e os músculos abdomais a se contrairem com intensidade”, explica o ginecologista Domingos Mantelli, da clínica Mantelli.
Sem o contato com o sistema circulatório da mulher, a placenta deixa de obter nutrientes e oxigênio que seriam transmitidos ao bebê. “É preciso uma intervenção imediata, pois pode levar a uma cesariana de emergência ou à morte fetal”, comenta Mantelli.
Existem diversos fatores de risco: a hipertensão é o principal deles, mas também entram na lista infecções intra-amnióticas, problemas vasculares, traumas abdominais, entre outros.
Segundo Isabel, seu descolamento foi “leve”. Mantelli destaca que os descolamentos podem ser parciais ou totais, e qualquer ocorrência do tipo precisa ser ao menos acompanhada de perto, em um hospital.
Infecção urinária na gravidez
Por questões anatômicas e sistêmicas, gestantes têm um risco aumentado de infecções urinárias. O quadro realmente não deve ser menosprezado, pois pode levar ao parto prematuro.
Sem o tratamento adequado, a bactéria pode avançar pelo sistema ginecológico da mulher e causar ruptura da bolsa amniótica, o que desencadeia o nascimento antes da hora.
“E algumas mulheres não têm sintomas, mas estão com infecção, então é importante fazer exames de urina com regularidade na gestação para rastreá-la”, comenta Mantelli.
A bactéria pode ainda se disseminar para outras partes do trato urinário, como os rins e a bexiga. O tratamento é feito com antibióticos.
+Leia também: Infecção urinária durante a gravidez pode prejudicar mãe e filho