Calcula-se que até 5% da população possa sofrer com hiperidrose, condição caracterizada pelo suor excessivo. Embora não seja perigoso, o problema pode comprometer a qualidade de vida, mas tem jeito de amenizar o incômodo.
Entenda por que algumas pessoas suam demais e o que pode ser feito a respeito:
1) A origem do suor
O suor é um mecanismo de regulação da temperatura corporal. Em toda a pele, temos sensores, chamados termorreceptores periféricos, que detectam as variações térmicas. Conectados ao sistema nervoso central, eles enviam mensagens ao cérebro.
2) Glândulas em ação
O hipotálamo, região cerebral responsável pela regulação da temperatura, recebe o sinal e envia estímulos às glândulas sudoríparas. Essas estruturas, por sua vez, captam líquido dos arredores e o bombeiam por um tubo que desemboca na epiderme, camada superficial da pele.
3) Além do calor
Em quem tem hiperidrose, o mecanismo de produção do suor funciona mais do que deveria, tanto em situações normais — durante o exercício físico, ao comer itens apimentados ou viver uma emoção intensa — quanto inesperadamente, sem motivo claro.
De onde vem a hiperidrose?
Pessoas com o problema tendem a suar demais mesmo quando não há nenhum gatilho em cena — e em locais bem específicos do corpo.
A condição é crônica, costuma aparecer no adulto jovem e permanecer durante a vida toda. A ciência ainda não sabe por que isso acontece e não existem fatores de risco conhecidos — exceto a presença de uma doença ainda oculta.
+ Leia também: Suor noturno: 6 motivos que causam o desconforto e como evitá-los
Soando o alerta para outros males
Em algumas situações, a sudorese excessiva é fruto de algum problema de saúde. Caso dos suores noturnos — na hiperidrose, as crises ocorrem somente quando a pessoa está acordada.
Diabetes, distúrbios neurológicos, alterações hormonais e alguns tipos de câncer têm como sintoma a transpiração anormal, que pode vir ainda do uso de certos medicamentos.
Dá para conter a transpiração
Roupas manchadas e vergonha de interagir em público? Dá para remediar isso com algumas táticas:
Cremes e desodorantes: Produtos com sais de alumínio bloqueiam mecanicamente a saída de suor das glândulas sudoríparas.
Botox: A toxina botulínica pode ajudar por travar o músculo responsável pela ejeção do suor. Mas é preciso reaplicar de tempos em tempos.
Cirurgia: Casos mais drásticos podem ser resolvidos com a retirada das glândulas. Pode haver efeito rebote e o suor surgir em outro lugar.
Fontes: Camila Arai Seque, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); Ana Paula Pierro, dermatologista da BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo