Médicos do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, dispõem de uma novíssima arma para lidar com a calcificação que trava o fluxo sanguíneo nas artérias e ameaça o coração.
Trata-se de um tipo de ultrassom aplicado para dilatar os vasos que precisam receber um stent mas estão enrijecidos demais para isso. “Imagine um cano que está mais grosso e entupido por dentro. O que o procedimento faz é amolecer essa peça para restabelecer a circulação”, compara o cardiologista Pedro Lemos.
Com um dispositivo de menos de 3 milímetros, os especialistas liberam ondas de som que enfraquecem as placas. Em dez dias, foram oito procedimentos realizados. A técnica promete.
Como é feito o procedimento
A entrada: Uma pequena incisão na pele é usada para colocar um cateter, espécie de tubo que é usado como canal de passagem, na artéria.
O ultrassom: Pelo cateter, o médico insere um equipamento minúsculo, que concentra ondas de ultrassom capazes de quebrar o cálcio dos vasos.
Dilatação: Com essas quebras, é possível dilatar o espaço e inserir um stent, dispositivo que mantém a abertura e restabelece a passagem de sangue.
O que é a calcificação?
Não é só a gordura que atrapalha a circulação nos vasos. Com o tempo, eles endurecem também porque acumulam cálcio.
É normal, mas, em alguns casos, a calcificação contribui para a interrupção total do fluxo nas artérias do coração, o que leva ao infarto.
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Outros usos da tecnologia
A capacidade de gerar microlesões do ultrassom pode ajudar a tratar outros problemas cardíacos. Atualmente, ele está em testes contra arritmias e hipertensão resistente, para citar dois exemplos.
Mais estudos devem explorar esse potencial e trazer respostas.