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O que o formol causa quando usado como alisante capilar?

Em excesso, a substância é cancerígena e provoca outros impactos na saúde. Descubra seus efeitos tóxicos e como substituir o formol na escova progressiva

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 13 fev 2019, 17h41 - Publicado em 14 set 2018, 13h24
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  • O formol é um velho conhecido de quem faz escova progressiva. Mas não deveria ser! Essa substância é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para alisar os cabelos por ser tóxica e provocar diversos danos à saúde, como câncer. Ainda assim, o órgão recebe dezenas de denúncias de marcas de cosméticos que infringem a norma.

    Não é que a presença do formol seja vetada em todos os produtos para os fios capilares. Mas a concentração permitida é de, no máximo, 0,2%. “E, nessa quantidade, ele não funciona como alisante”, explica a coordenadora de cosméticos da Anvisa, Ana Cleire de Oliveira Araujo. Por que então incluí-lo no pote? Para servir de agente conservante – embora até para isso ele esteja sendo abandonado, como você verá mais abaixo.

    Aliás, seu uso também é autorizado em esmaltes, como endurecedor de unhas. Nesses produtos, o limite é de 5%.

    Quais os riscos de usar formol?

    Segundo a farmacêutica Maira Jardim, responsável técnica da WNF, uma marca de cosméticos naturais, quando usado de forma indevida, o elemento causa queda de cabelo, irritação na pele, vermelhidão, dor e queimaduras.

    E os problemas não param por aí. “Se inalado, afeta garganta, nariz, traqueia e brônquios, ocasionando dificuldade de respiração e bronquite”, alerta Jefferson Luiz Gross, cirurgião oncológico e líder do Departamento de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo. “Ele também provoca irritação nos olhos”, lembra.

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    De acordo com a Anvisa, em altas concentrações, o formol chega a danificar a visão de forma irreversível. E quando inalado aos montes, sua intoxicação pode ser fatal.

    “Outra preocupação é o risco de câncer”, complementa Gross. O formol é considerado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer como um fator de risco para tumores e até para malformações no feto.

    Ao entrar em contato com células saudáveis, ele desencadeia mutações que às vezes levam a anomalias pra lá de perigosas. “Apesar de raro, o câncer de nasofaringe [localizado no início da via área, logo atrás do nariz] pode se desenvolver com a exposição à substância, já que ela passa por essa região quando é aspirada”, informa Gross.

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    Por isso é tão importante verificar se o produto está devidamente registrado na Anvisa. “Essa é a garantia de que o mesmo apresenta uma concentração considerada segura”, aponta Maira.

    Alternativas ao formol

    Segundo Ana Cleire, os alisantes autorizados têm na formulação substâncias como ácido tioglicólico, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio ou hidróxido de guanidina.

    No Brasil, ainda é relativamente comum encontrar o formol como conservante de cosméticos para escova progressiva. Só não se esqueça de que, nesses casos, a concentração não supera 0,2%.

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    “Nos outros países, o formol já está sendo abandonado até para isso. Eles usam conservantes como parabenos”, completa a especialista.

    Maira acrescenta que é preciso ter cautela mesmo quando o formol entra no produto como conservante. “Ainda que em concentrações consideradas seguras, ele possui um potencial de desenvolver reações alérgicas em pessoas sensibilizadas”, pondera.

    Conclusão: não deixe de verificar as embalagens dos cosméticos, ainda que sejam importados. Procure pelo registro da Anvisa no rótulo e siga sempre as orientações de uso do fabricante.

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