Na maioria dos casos, a epilepsia é fruto de pequenas lesões no cérebro. Essas cicatrizes têm origens diversas (predisposição genética, traumas durante o parto ou depois dele, malformações e até um acidente vascular cerebral), mas a consequência delas é semelhante: de tempos em tempos, os neurônios disparam um monte de descargas elétricas que resultam em perda de consciência súbita e movimentos involuntários. Porém, em certas situações não é possível especificar a causa do problema – a massa cinzenta até parece estar ok, só que as convulsões persistem.
Como as crises assustam, a epilepsia vem acompanhada de preconceito e estigma social. Até por isso, poucas pessoas recebem o tratamento adequado, o que impossibilita uma boa qualidade de vida. Mas ela não é rara: segundo a Organização Mundial de Saúde, até 1% da população global sofre com a enfermidade.
Sinais e sintomas
– Contrações musculares e movimentos involuntários
– Perda da consciência
– Torpor
– Lapsos de atenção
Fatores de risco
– Ter sofrido traumatismo craniano ou pancadas fortes na cabeça
– Histórico Familiar
– Malformações congênitas no cérebro
– Arritmias cardíacas
A prevenção
Não dá para impedir que alguém desenvolva epilepsia. Mas é possível escapar de situações que desencadeiam convulsões, como dormir pouco, beber álcool e permanecer em ambientes com luzes estroboscópicas – aquelas coloridas utilizadas em festas.
O diagnóstico
Antes de tudo, é importante que o médico analise as queixas do paciente e escute o depoimento de pessoas que presenciaram alguma crise. Um eletroencefalograma, teste que mede a atividade elétrica do cérebro, é solicitado, assim como a ressonância magnética, que ajuda a encontrar o ponto do cérebro que origina as crises. Mas, como às vezes não há causa estabelecida para a epilepsia, esses exames podem não apresentar alterações.
Mesmo depois de detectar o transtorno, é preciso submeter o indivíduo a outras avaliações que flagram causas tratáveis da doença, como infecções no cérebro e arritmias cardíacas.
O tratamento
As drogas que inibem os ataques epilépticos são eficazes em 70% dos casos. Recentemente, medicamentos com canabidiol passaram a ser comercializados no Brasil para esse fim – no entanto, a prescrição depende do médico. Mas, para que tudo dê certo, o álcool deve ser evitado, porque estimula o cérebro a desencadear novas convulsões. Em alguns casos, cirurgias são recomendadas.
Na hora da crise, diferentemente do que diz a sabedoria popular, não tente desenrolar a língua do sujeito. Caso contrário, ele pode se machucar e você vai acabar com os dedos mordidos. O ideal é afastar objetos capazes de feri-lo e deitar seu corpo de lado para impedir que ele engasgue com a saliva.
Do ponto de vista de estilo de vida, epiléticos que praticam atividades físicas melhoram a qualidade de vida, a autoestima – e provavelmente diminuem a frequência das crises. Isso porque os exercícios interferem nos circuitos cerebrais envolvidos nos ataques. Agora, modalidades radicais são contraindicadas. Já os esportes aquáticos só devem ser realizados na presença de um profissional que conhece o quadro da pessoa e, assim, está pronto para acudi-la se necessário.
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