A doença arterial periférica (DAP) prejudica a circulação do sangue nas pernas e provoca, entre outras coisas, dor na hora de caminhar. Na maioria das vezes, a obstrução ocorre quando há acúmulo de placas de gordura e perda de flexibilidade nas paredes dos vasos sanguíneos, além de excesso de inflamação no local.
Com isso, a passagem do líquido vermelho se estreita até que fecha de vez. Em última instância, o bloqueio leva até a amputações.
Esse quadro também é um sinal de que há algo errado em outros vasos do corpo. Tanto é que indivíduos com a doença arterial periférica (DAP) correm um risco 60% maior de ter entupimentos nas artérias que irrigam o coração e o cérebro. Daí, o perigo de infarto e AVC dispara.
Sinais e sintomas da doença arterial periférica
- Fisgadas na perna, especialmente na panturrilha
- Sensação de fadiga nas pernas
- Claudicação intermitente (sensação de cãibra ao caminhar ou se exercitar), com melhora ao parar de mexer as pernas
- Perda de pelos nas pernas e unhas dos pés enfraquecidas
- Coloração mais esbranquiçada dos membros inferiores
- Infecções constantes nos pés
Causas e fatores de risco
- Tabagismo
- Idade acima de 50 anos
- Excesso de peso
- Diabetes
- Hipertensão
- Colesterol alto
A prevenção
Ajustes no estilo de vida mantêm os vasos sanguíneos saudáveis por mais tempo: vale parar de fumar, perder peso e controlar a pressão arterial e a glicemia. Exercícios físicos, além de melhorar a circulação, combatem a maioria dos processos que levam à DAP, como obesidade e hipertensão.
A dieta equilibrada também faz diferença. Frutas, legumes e verduras oferecem substâncias com ação antioxidante e anti-inflamatória, que fazem bem para as artérias. Já gorduras saturadas, sal e açúcar devem ser consumidos com moderação.
O diagnóstico
O índice tornozelo-braquial, exame clínico que compara a pressão arterial nos braços e nas pernas, é o principal exame para diagnosticar a doença arterial periférica. Se a pressão for menor nos membros inferiores — com uma diferença igual ou maior do que 0,9 — é provável que a DAP esteja instalada.
O diagnóstico precoce, cabe ressaltar, ajuda a evitar as consequências desse problema. Fique de olho nos sintomas e, acima de tudo, converse com um médico.
O tratamento
O primeiro passo é eliminar ou reduzir ao máximo os agentes que causam a obstrução. Não há medicamentos específicos, mas o médico pode prescrever anticoagulantes de última geração para tentar evitar entupimentos.
O exercício também faz parte do tratamento, porque estimula a circulação colateral – ou seja, a formação de pequenos vasos vizinhos das artérias que dão uma força para o fluxo sanguíneo na região.
Caminhadas diárias já ajudam, mas o ideal é contar com orientação especializada de um profissional de educação física. Até porque às vezes a atividade física pode provocar dores nas pernas – e o ajuste fino para minimizá-las necessita da visão de um expert.
Em quadros mais severos, uma cirurgia minimamente invasiva coloca um stent na artéria com problemas. A rede metálica abre o caminho e facilita a passagem de sangue pelo local.