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Nova droga para colesterol alto diminui o risco de infarto e AVC

Em estudo recém-publicado, a probabilidade de sofrer complicações cardíacas decorrentes do excesso de LDL caiu em 20%

Por André Biernath
Atualizado em 18 jul 2018, 10h53 - Publicado em 21 mar 2017, 13h33
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  • Aprovado desde o mês de abril do ano passado, o remédio evolocumabe, do laboratório Amgen, figura como uma das maiores novidades da medicina dos últimos tempos. Também pudera: as pesquisas mostraram uma redução de até 60% no valor do LDL, o colesterol ruim, após o início do tratamento. Tanto é que ele já entra como uma opção terapêutica para os casos em que a estatina, o medicamento mais utilizado para diminuir a quantidade de gordura da circulação, não funciona direito ou para os pacientes com hipercolesterolemia familiar, desordem de origem genética em que a quantidade dessas partículas no sangue atinge níveis assustadores.

    Apesar de dados tão impressionantes, ainda não existiam trabalhos capazes de demonstrar que, ao derrubar as taxas de colesterol, o evolocumabe também afastaria infartoacidente vascular cerebral (AVC) e outros desfechos cardiovasculares. Mas a dúvida foi solucionada: durante o Congresso do Colégio Americano de Cardiologia, que aconteceu no último final de semana, cientistas apresentaram dados do estudo Fourier, que reuniu mais de 27 mil pacientes (693 deles brasileiros) de 49 países diferentes.

    Durante um período de 26 meses, metade do grupo tomou injeções mensais do novo remédio, enquanto a outra parcela recebeu doses de placebo, ou seja, picadas na pele sem nenhum efeito terapêutico evidente. Importante mencionar que todos receberam comprimidos diários da tal estatina. Após esse período, os dados mostraram uma queda média de 20% em eventos cardiovasculares na turma que recebeu o evolocumabe, em comparação com a outra turma. O risco de infarto caiu 27% e o de AVC foi reduzido em 21%. Os resultados foram publicados no prestigiado periódico científico The New England Journal of Medicine.

    A droga faz parte de um grupo chamado inibidores de PCSK9. A missão deles é impedir que uma molécula presente no nosso corpo destrua receptores na superfície do fígado responsáveis por capturar e tirar o excesso de LDL da circulação. Ao bloquear esse processo, o fármaco permite que órgão faça o seu trabalho e regule corretamente a quantidade de colesterol.

    Concorrência

    Além do produto da Amgen, há outro representante da classe já liberado no país. Trata-se do alirocumabe, desenvolvido em conjunto pelas farmacêuticas Sanofi e Regeneron. As análises sobre as repercussões cardiovasculares desse fármaco estão em andamento e contarão com mais de 18 mil voluntários. A expectativa é que os resultados sejam divulgados no início de 2018.

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    Um terceiro candidato era o bococizumabe, da Pfizer. Mas ele não apresentou resultados satisfatórios e suas pesquisas foram paralisadas.

    Uma grande discussão sobre a chegada dos inibidores de PCSK9 está em seu preço elevado: o tratamento, que consiste em uma injeção por mês, custa uma média de 1 200 reais — ou 14 mil reais por ano. Resta saber se a competição entre os laboratórios diminuirá o valor das drogas — ou se as agências do governo e as operadoras de saúde estarão dispostas a bancar os custos para um determinado perfil de paciente que mais se beneficiará de seus efeitos.

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