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No Dia das Bruxas, conheça uma das maiores assombrações da cardiologia

O efeito desta molécula nos vasos sanguíneos pode deixar cenas de filmes de terror no chinelo

Por Rodrigo Almeida Souza, cardiologista*
31 out 2024, 09h22
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  • Usando como analogia os personagens que povoam nossa imaginação em época de Dia das Bruxas, podemos dizer que o LDL colesterol é como um fantasma ou uma assombração. Discreto, ronda por anos os vasos sanguíneos, até que resolva pregar sustos — e que sustos!

    Mas, afinal, o que é o LDL colesterol? E como ele afeta nosso corpo? Como podemos diagnosticá-lo, tratá-lo e, o mais importante, preveni-lo?

    Vamos, a seguir, responder a essas perguntas:

    O que é o tal do LDL colesterol?

    O colesterol é uma substância gordurosa essencial para várias funções do nosso corpo, incluindo a formação de membranas celulares e a produção de certos hormônios.

    Ele é transportado no sangue por lipoproteínas, sendo as principais o LDL (lipoproteína de baixa densidade) e o HDL (lipoproteína de alta densidade). Enquanto o HDL é conhecido como “bom” colesterol (“Hoje Deus Livra”,  para não esquecer) por ajudar a remover o excesso de colesterol de circulação, o LDL é chamado de “mau” colesterol (“Logo Deus Leva”, para não esquecer).

    Isso porque níveis elevados de LDL levam ao acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias, causando aterosclerose, o estreitamento e endurecimento dos vasos.

    +Leia também: Colesterol: maioria das pessoas não controla direito e desconhece o risco

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    Diagnóstico do colesterol alto

    O diagnóstico dos níveis de colesterol é feito por meio de um exame de sangue conhecido como perfil lipídico ou painel lipídico. Ele mede os níveis totais de colesterol, LDL, HDL e triglicerídeos.

    Os níveis de LDL são considerados elevados quando ultrapassam 130 mg/dL, sendo ideal mantê-los abaixo de 100 mg/dL para pessoas com risco cardiovascular intermediário (p.ex.: hipertensos) e abaixo de 50 mg/dL para aqueles com alto risco, como pacientes com histórico de doenças cardíacas (p.ex.: quem já sofreu infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral).

    Como tratar?

    Mudanças na dieta

    Exercícios físicos

    A atividade física regula ajuda a aumentar os níveis de HDL (bom colesterol) e, consequentemente, diminuir os níveis de LDL. O ideal é realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana.

    Medicações

    Em alguns casos, mudanças no estilo de vida podem não ser suficientes e medicamentos entram em cena. As estatinas são a classe mais utilizada. Outros medicamentos incluem ezetimiba e inibidores de PCSK9, que podem ser usados isoladamente ou em combinação com estatinas.

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    Os inibidores de PCSK9 são novas medicações injetáveis, que têm se mostrado extremamente eficazes na redução dos níveis de LDL, mesmo em pacientes que são intolerantes às estatinas. Elas funcionam bloqueando uma proteína no fígado que destrói os receptores do LDL, permitindo que mais LDL seja removido do sangue.

    Como evitar que o colesterol suba?

    O estilo de vida é fundamental aqui também. Além da dieta equilibrada e da prática de exercícios, evite fumar, pois o cigarro pode reduzir os níveis de HDL.

    Outra recomendação é realizar check-ups regulares e ficar atento aos seus níveis de colesterol, especialmente se você tiver histórico familiar de doenças cardíacas.

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    Para viver sem sustos (e sem fake news)

    Infelizmente, muitas pessoas não têm conhecimento adequado sobre o impacto do LDL no coração até que enfrentem problemas graves. Por isso, é crucial estar bem informado e tomar medidas preventivas desde cedo.

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    Em tempos de disseminação rápida de informações, é importante alertar sobre a divulgação de fake news. Algumas pessoas têm divulgado a ideia de que o LDL colesterol não é um vilão na cardiologia, o que é extremamente perigoso.

    Evidências científicas robustas continuam a demonstrar que níveis elevados de LDL são um fator significativo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Portanto, fique atento a fontes confiáveis de informação e consulte sempre profissionais de saúde para orientações precisas.

    Não espere por sinais de alerta para cuidar da sua saúde. Mantenha hábitos saudáveis, faça exames regulares e siga as orientações médicas. Lembre-se: prevenir é melhor que remediar. Um coração saudável começa com escolhas saudáveis!

    *Rodrigo Almeida Souza é cardiologista clínico e intervencionista

    (Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

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