O que está por trás da morte súbita? Veja as principais causas
A condição atinge até 300 mil pessoas ao ano no Brasil

A morte súbita é uma das questões da medicina que mais intrigam a população de maneira geral. A ideia de estar aparentemente bem e saudável e pouco tempo depois perder a vida é assustadora.
De tempos em tempos, surge no noticiário a informação da perda de jogadores de futebol ou de atletas para a condição. Infelizmente, o problema não é tão incomum, podendo atingir até 300 mil casos ao ano no Brasil
Para esmiuçar o que caracteriza a morte súbita, conversamos com cardiologistas que detalharam os possíveis sinais e o que pode ser feito para evitar o desfecho fatal.
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O que é morte súbita?
O conceito é definido como uma morte natural inesperada de uma pessoa aparentemente saudável que ocorre dentro de uma hora após o início dos sintomas em casos testemunhados por outra pessoa, e dentro de 24 horas após a última vez que o indivíduo foi visto viva em casos não testemunhados.
“A pessoa estava aparentemente bem, sem queixas até uma hora atrás e, de repente, evoluiu para uma parada cardíaca”, exemplifica o médico Antonio Amorim, especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Em adultos, as principais causas incluem doença coronariana com infarto, seguida por agravos que atingem o músculo cardíaco, como a cardiomiopatia hipertrófica e a cardiomiopatia dilatada, além de arritmias primárias.
Morte súbita em jovens: o que está por trás?
“Entre os jovens, como crianças e adolescentes, as principais causas de morte súbita são cardiomiopatias hereditárias, a inflamação do músculo do coração ou miocardite, e distúrbios arrítmicos primários“, elenca o cardiologista Leandro Costa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Os sintomas que precedem a morte súbita podem incluir palpitações, dor no peito, desmaios e falta de ar. No entanto, também pode ser silenciosa em grande parte dos casos.
“A realização de exames pode, por exemplo, diagnosticar que o paciente tenha alguma cardiopatia de origem genética e realizar o tratamento e acompanhamento para dessa forma evitar um quadro de morte súbita”, pontua Amorim.
Algumas dessas doenças quando diagnosticadas, exigem o implante de um aparelho que se chama desfibrilador, que, em caso de arritmia grave, dá um choque no músculo cardíaco e evita uma parada cardíaca.
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O que pode ser feito
Diante do problema, saber como proceder em uma situação de parada cardíaca é essencial.
“É fundamental que a população tenha noções básicas de como realizar uma massagem cardíaca (confira as instruções) e que tenhamos um aparelho que se chama desfibrilador automático externo (DEA) em locais de grande circulação de pessoas, como academias. Esse socorro inicial por uma pessoa que tenha conhecimento básico, até a chegada do atendimento especializado, pode salvar uma vida”, enfatiza Amorim.
Pessoas que apresentam sinais suspeitos devem realizar uma avaliação clínica detalhada e, se necessário, testes genéticos para identificar possíveis condições cardíacas hereditárias.
Além do uso de desfibriladores implantáveis em indivíduos de alto risco, a morte súbita pode ser prevenida com ajustes de vida. “Especificamente, a modificação de fatores de risco cardiovasculares, como controle da hipertensão e dislipidemia”, afirma Costa.