Hemorragia pós-parto: novo recurso para tratar a complicação

Todos os anos, 14 milhões de mulheres sofrem de hemorragia pós-parto ao redor do mundo — e cerca de 140 mil delas falecem por esse motivo. É a principal causa de morte materna em todo o planeta, e a segunda maior no Brasil, onde a hipertensão na gestação a supera.

A falta de tônus muscular no útero, que impede o órgão de voltar às suas devidas proporções, é a causa mais comum do sangramento excessivo. Para tratar esses casos, o padrão é dar uma dose de ocitocina (sim, o mesmo hormônio do amor!), restabelecendo a força uterina.

Mas, se isso não funcionar, está disponível no país um novo dispositivo para estancar a hemorragia, o sistema Jada. “Ele exerce uma pressão para que o útero volte ao normal e o sangramento cesse em minutos”, explica Andrea Ciolette Baes, diretora de Saúde Feminina da Organon Brasil, empresa responsável pelo lançamento.

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Em partos vaginais, o uso do dispositivo soluciona 92% dos quadros, sendo que em três a cada quatro deles a hemorragia é detida em até cinco minutos. Já em cesáreas, a taxa de sucesso chega a 83%, e três em cada cinco mães têm o problema resolvido em curtíssimo tempo.

“O equipamento já chegou a hospitais privados e agora estamos trabalhando para incluí-lo no sistema público, que atende a maior parte da população”, conta Andrea.

Como funciona

Tubo flexível é capaz de cessar a maioria das hemorragias após parto natural ou cesárea

Inserção

O dispositivo é feito de silicone macio para não incomodar a paciente. A argola é inserida no útero sem tônus e o lacre cervical é encaixado na vagina, selando o canal.

Conexão

O médico utiliza saídas na outra extremidade da haste para conectar o sistema a aparelhos a vácuo, que aspiram o sangramento, e para administrar soluções estéreis.

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Dar vazão

É por poros presentes na argola que o sangue é sugado para fora do útero. O fluxo da hemorragia percorre toda a haste a vácuo até que o sangramento cesse.

Recuperação

Na maioria dos casos, o quadro é estancado em poucos minutos. O útero também recupera sua habilidade de contração e volta ao tamanho normal.