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Gripe aviária está se aproximando dos humanos

Estudos mostram que o vírus influenza H5N1 já é transmitido entre alguns mamíferos

Por Chloé Pinheiro
26 set 2024, 09h18
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Vacas estão transmitindo o vírus H5N1 entre si nos Estados Unidos (Ilustração: Midjourney/Veja Saúde)
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De tempos em tempos, um tipo de influenza preocupa o planeta por seu potencial pandêmico. O foco agora está no H5N1, causador da gripe aviária. Ele surgiu há décadas na Ásia e se dissemina mundo afora desde 2020, de carona em aves migratórias, mas também surpreendendo outros animais.

Um estudo recém-publicado mostra que ele chegou a provocar a morte de leões-marinhos na costa brasileira. “Também encontramos alterações genéticas relacionadas à sua virulência e capacidade de transmissão”, diz Helena Lage Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, uma das autoras da investigação.

Outra pesquisa confirma que o vírus tem se disseminado entre vacas leiteiras nos Estados Unidos. Tais achados indicam que o H5N1 está se adaptando para infectar mamíferos, o que aumenta o perigo de ele se instalar entre nós. Por enquanto, é um motivo de alerta, não de pânico. Casos em humanos ainda são raridade.

+Leia também: Avanço da gripe aviária em mamíferos é sinal de alerta, afirma especialista

História viral

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Clique na imagem para ampliar (Editoria de arte VEJA SAÚDE/Veja Saúde)
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O H5N1 entre nós

Desde sua primeira aparição, mais de 800 humanos foram infectados, na maioria das vezes pelo contato com animais doentes. No início, a mortalidade era alta, na casa dos 50%, mas agora está em cerca de 10%.

Para que haja a transmissão sustentada entre nós, o vírus precisa se adaptar um pouco mais, e os mamíferos podem ser a ponte para isso. Foi o que aconteceu em 2009, quando vírus de aves e humanos se encontraram em um porco e deram origem a um novo H1N1 — a “gripe suína”.

+Leia também: Mpox: o que sabemos sobre a nova linhagem que preocupa o mundo

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Mundo corre para desenvolver vacinas

A chegada do vírus H5N1 aos rebanhos bovinos impulsionou os estudos com imunizantes. Nos EUA, os animais são rigorosamente testados e já existem vacinas aprovadas para essa finalidade. Elas serão distribuídas de acordo com os progressos do patógeno.

Em agosto deste ano, o Instituto Butantan pediu autorização à Anvisa para conduzir testes em humanos com uma fórmula criada contra outro subtipo, o H5N8, mas há a possibilidade de desenvolver um produto novo, voltado ao H5N1.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está apoiando uma iniciativa para que países de baixa renda produzam seus próprios imunizantes, mais modernos, à base de RNA mensageiro — o método adotado contra a Covid-19.

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