A Organização Mundial da Saúde já avisou que o narguilé está longe de ser um mocinho. E um reforço para esse recado vem da Universidade do Vale do Itajaí, a Univali, em Santa Catarina.
Alunos e professores do curso de Odontologia decidiram investigar o impacto do cachimbo d´água em órgãos como língua, traqueia e pulmão. Para isso, expuseram animais à fumaça do narguilé por 30 minutos diários. Os dados para análise foram coletados durante os períodos de sete, 15 e 31 dias.
Ao fim do trabalho, eles notaram alterações importantes nos três órgãos examinados. Para ter ideia, na traqueia foi observado o início da metaplasia, uma condição comum em gente que usa cigarro. O pulmão, por sua vez, teve inflamação e redução nos espaços onde se dá a troca respiratória. Já a língua mostrou, entre outras coisas, uma inflamação mais intensa.
Em comunicado à imprensa, a pesquisadora Sarah Freygang Mendes Pilati, coordenadora do trabalho, contou que não há muitos dados sobre o impacto do narguilé na boca. “Nesse sentido, o estudo avaliou as alterações apenas na língua, que apresentou lesões chamadas de potencialmente cancerígenas”, disse.
A ideia agora é avaliar os efeitos da utilização do aparato por um tempo mais longo. Mas, desde já, a cientista dá o recado: “Tem-se como crença popular a inofensibilidade do narguilé. E isso não é verdade”.