A coleta pode não ser a experiência mais agradável do mundo, mas em alguns casos é fundamental para um diagnóstico correto: o exame de fezes faz parte da lista de testes não invasivos que ajudam a investigar um problema no trato gastrointestinal, uma das regiões mais sensíveis do nosso corpo.
Uma alteração nesse teste laboratorial pode indicar a presença de parasitas, disfunções digestivas ou outras doenças mais sérias que se manifestam, por exemplo, pela presença de sangue nas fezes. Por isso, vale a pena conhecer os motivos que levam o médico a solicitar esse exame – e a melhor maneira de realizá-lo em cada caso.
Saiba mais sobre o exame de fezes abaixo.
Para que serve o exame de fezes
A análise fecal pode ser utilizada para investigar a presença de vermes parasitas que se hospedam no trato digestivo dos seres humanos, como a tênia ou lombrigas. No universo das doenças infecciosas, também pode detectar a presença de vírus, bactérias e protozoários indesejados.
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Outros testes específicos podem identificar a presença de sangue oculto, um indicativo de lesões ou inflamações associados a diversas doenças, inclusive o câncer colorretal, um dos tumores que mais matam no Brasil.
Quais os tipos de exame de fezes
A análise específica à qual a amostra fecal deve ser submetida é definida pelo médico que solicita o exame, com base nos sintomas e no histórico de saúde do paciente. Cada tipo de exame de fezes busca investigar uma situação diferente.
Os principais tipos incluem:
- Parasitológico: também chamado de protoparasitológico, esse teste busca encontrar a presença de protozoários ou vermes em diferentes estágios do desenvolvimento na amostra.
- Exame de sangue oculto nas fezes: aqui, a ideia é investigar a presença de traços de sangue que não são perceptíveis sem o teste, indicativos de doenças mais graves que inflamam e lesionam o trato digestivo. Em alguns casos, esse exame pode exigir uma preparação prévia, em que a pessoa não pode ingerir determinados alimentos nos dias anteriores à coleta.
- Coprocultura: também chamado de cultura de fezes, esse exame analisa a presença de bactérias na amostra coletada. A ideia é identificar a presença de microrganismos diferentes daqueles encontrados na flora intestinal comum, e que podem estar causando problemas.
- Pesquisa de rotavírus: causador de surtos de diarreia e vômitos, o rotavírus pode ser identificado rapidamente numa amostra de fezes de uma pessoa com a suspeita da doença. Esse exame pode ser solicitado para iniciar um tratamento mais rápido e evitar que o vírus se alastre.
Como é feito o exame de fezes
Um pote específico para a coleta da amostra é fornecido pelo laboratório que fará a análise. Em geral, o material entregue inclui uma espátula para facilitar a colocação das fezes dentro do recipiente.
É importante notar que as fezes que vão ser examinadas não devem ser misturadas com urina nem a água do vaso sanitário.
Ou seja, é preciso realizar a evacuação em uma área que permita recolher parte isolada da amostra – em geral, a recomendação é que isso seja feito em um penico ou em outra superfície seca em que não haja risco de contaminação.
Não esqueça de lavar bem as mãos depois desse processo, para evitar a transmissão de qualquer doença que possa estar presente nas fezes.
Uma vez feita a coleta, deve-se levar a amostra ao laboratório o quanto antes. O tempo e outros cuidados específicos variam conforme o tipo de exame solicitado. Em alguns casos, pode ser necessário manter o pote refrigerado.
No laboratório, a amostra é analisada de acordo com o tipo de exame solicitado, com a emissão de um laudo que depois é avaliado pelo médico responsável. Em caso de dúvidas sobre como realizar a coleta da maneira correta, pergunte sempre aos profissionais do laboratório.