Esperma de salmão: entenda substância em alta entre as celebridades
Também conhecido como PDRN, ativo usa biotecnologia para promover melhora da aparência da pele

Está na moda entre as celebridades fazer procedimento com “esperma de salmão”. As influenciadoras Juliette e Virginia já afirmaram que se submeteram à técnica.
Muita gente estranha, mas calma: ninguém passa esperma no rosto. Na verdade, é um polímero de DNA extraído através da biotecnologia. E é preciso ter cuidado com as expectativas, pois, não existe milagre.
+Leia Também: 5 tendências vindas do maior congresso de estética do mundo
O que é o “esperma de salmão”?
Os polidesoxirribonucleotídeos, conhecidos popularmente como PDRN, são fragmentos de DNA retirados do esperma de salmão.
“Estudos descobriram que esses fragmentos de DNA instruem a replicação celular, a cicatrização e têm efeito anti-inflamatório. Então, é como se fosse um estimulador de colágeno que desinflama”, explica a médica dermatologista Cíntia Martins, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
O uso dessa molécula, na verdade, começou primeiro com o objetivo de melhorar a vascularização e estimular a difícil cicatrização de feridas em diabéticos. Após se mostrar promissora, foi parar na área estética.
Seu uso nos cuidados com a pele deslanchou primeiro, claro, na Coreia do Sul, mas já chegou ao Brasil em formato de cosméticos.
+Leia Também: Dieta anti-inflamatória: ciência ou moda?
PDRN é injetado na pele?
No Brasil, não. “Por aqui, o tratamento mais comum é por via tópica, em produtos como cremes e séruns, não há respaldo da SBD nem da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para utilização injetável”, afirma a médica dermatologista Marina Cintra, também membro da SBD.
De acordo com a SBD, não há trabalhos randomizados que mostram benefícios estéticos, apenas os que apresentam melhora na vascularização e neocolagênese (produção de colágeno).
A Sociedade também alerta acerca de riscos para os médicos: “O uso injetável destas substâncias cosméticas exime o fabricante de qualquer complicação, ficando o médico exposto a maiores riscos pelo uso diferente da sua liberação. A SBD, em consonâncias com a Anvisa, alerta seus associados dos riscos do uso de produtos injetáveis sem licença adequada na Anvisa”, alega a Sociedade em nota.
+Leia Também: Anvisa proíbe cosméticos com termo associado à cannabis no rótulo
Esperma de salmão tópico: como usar
Na maioria dos procedimentos realizados por famosos, como Juliette e Virginia, o ativo é associado a lasers ou outras tecnologias, como radiofrequência microagulhada, para ajudar na regeneração da pele.
Outra tendência em alta é a de cosméticos com PDNR na composição. “Quando a gente passa um creme, o ativo vai pra epiderme e chega na derme superficial, então ele vai ter, sim, um efeito mais superficial na pele. Mas válido!”, pontua Martins.
A médica Marina Cintra aponta que o efeito do cosmético é progressivo, ou seja, você precisa usar por um tempo para ver os resultados.
“Acredito cosméticos com o PDRN vão ‘bombar’ ainda mais no Brasil”, opina Martins.
+Leia Também: Peptídeos: o que são e por que estão em alta no skincare
Existem contraindicações do PDRN?
De acordo com Cintra, pessoas com doenças autoimunes ativas, imunossupressão severa, gestante e lactante devem evitar, mesmo em cosméticos. Não é indicado que pessoas com alergia a peixes ou derivados utilizem o ativo.