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Depois de um AVC, busca por reabilitação deve ser rápida

Agilidade nesse momento é essencial para aumentar as chances de plena recuperação

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 26 Maio 2023, 17h27 - Publicado em 26 Maio 2023, 17h26
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Quem sofre um AVC costuma sair do hospital sem ter ideia dos próximos passos do tratamento. (Foto: Rawpixel/Freepik/Divulgação)
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O tempo é importantíssimo na hora de socorrer a vítima de um acidente vascular cerebral (AVC). A agilidade significa menor risco de morte e sequelas. Afinal, em cerca de uma hora, cerca de 100 milhões de neurônios morrem.

Mas, depois que o paciente é liberado do hospital, é essencial focar em tratamentos voltados à reabilitação. E, aqui, o tempo também conta muito. Ser rápido nessa etapa é associado a uma melhor recuperação.

Só que essa segunda fase de atendimento ainda deixa a desejar, tanto no sistemas de saúde público como no privado, na visão da neurologista Sheila Martins, presidente da World Stroke Organization.

“Quanto mais rápido é o atendimento do indivíduo que sofre um derrame, menores são os riscos de sequelas. E quanto mais cedo ele der início a um tratamento, melhor será a sua qualidade de vida”, reforça Sheila.

“Há uma janela de oportunidade aí que não pode ser perdida”, resume a médica.

Acontece que, depois de um AVC, grande parte dos pacientes não tem ideia de quais seriam os próximos passos.

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Para mudar esse cenário, ela defende a criação de um protocolo único e bem definido de reabilitação pós-AVC.

Como essa fase exige o envolvimento de diferentes especialidades da área da saúde, é preciso ter uma comunicação bem direta e cuidadosa sobre as possibilidades de tratamento.

+ Leia também: 11 coisas que você não sabe sobre o AVC

Para ter ideia, entre os desafios da vida após um derrame, estão: dificuldade para andar e usar mãos e braços, sensação de dormência nos membros e espasmos musculares.

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Algumas dessas complicações podem ser revertidas se o tratamento começar no tempo adequado.

O momento ideal para investir na reabilitação

“Se for um AVC isquêmico, o tempo de ouro são os primeiros três meses”, conta Sheila. Esse tipo é o mais incidente, representando cerca de 85% do total de casos. Ele é caracterizado por uma obstrução no vaso sanguíneo que irriga o cérebro.

“Agora, quando se trata do AVC hemorrágico, aí falamos de, mais ou menos, seis meses”, explica a médica. Menos comum, esse tipo ocorre devido ao rompimento de uma artéria.

Os procedimentos adequados nessas fases já foram citados em um documento do Ministério da Saúde sobre o tema, criado em 2013. Mas ele não é suficiente para evitar esses atrasos, segundo Sheila.

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Um estudo de 2021 apontou que 45% das pessoas que sobrevivem a um AVC começam o tratamento tarde.

Essa pesquisa mensurou a quantidade de pessoas que tiveram acesso especificamente à estimulação elétrica, uma técnica indicada para tratar a síndrome da negligência unilateral. 

Esse problema ocorre com 30% das vítimas de AVC e é caracterizado pela desatenção e não percepção do que está ao lado esquerdo. Isso afeta tarefas simples do dia a dia, como se alimentar, trocar de roupa, etc.

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Não é tão simples ter noção dos próximos passos porque o AVC pode afetar cada pessoa de um jeito diferente.

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Por isso, Sheila defende que um checklist formalizado e bem feito é um bom começo para ajudar os profissionais de saúde a terem um real panorama das sequelas e, assim, analisar o que pode ser tratado.

“A perda de um movimento costuma ser a mais nítida. Mas também pode ocorrer depressão, disfunção erétil, incontinência urinária e outros problemas”, comenta a neurologista.

É essencial que o indivíduo converse sobre qualquer manifestação com o médico. Até porque são questões que podem afetar drasticamente a sua qualidade de vida.

+ Leia também: AVC: quando o tempo é precioso

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Além de anotar os incômodos, outra coisa que está ao alcance dos pacientes é se munir de informações.

“Sabendo desses curtos prazos para a reabilitação, as vítimas podem exigir um tratamento mais ágil e de melhor qualidade. Ninguém deve se conformar com filas ou demora no acesso a terapias”, aponta.

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