As vacinas Coronavac, do Instituto Butantan e Covishield, da AstraZeneca, mostraram efetividade de 70% contra casos graves e mortes por Covid-19 em idosos no país, inclusive frente à variante Gama. É o que aponta uma pesquisa realizada recentemente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O trabalho utilizou os mais de 798 mil registros de hospitalização e morte por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) que ocorreram até junho deste ano, e considera um universo de 40 milhões de brasileiros que receberam ao menos uma dose de um dos imunizantes.
Entre quem tinha o esquema vacinal completo, com as duas doses, a incidência de casos graves e óbitos foi 79,8% menor na faixa etária dos 60 aos 79 anos de idade. Dos 80 anos para cima, a redução foi de 70,3%, independente da vacina aplicada.
Os resultados foram positivos mesmo depois da primeira picada, com taxas de proteção de 70,3% em pessoas com 60 a 79 anos e de 62,9% em idosos com 80 anos ou mais, no caso da Coronavac, e de 81% e 62% para a AstraZeneca, respectivamente.
A Fiocruz ressalta em nota técnica que a análise foi feita quando a mutante Gama já dominava o país, o que reforça achados recentes de outros países: que as vacinas funcionam contra as variantes de preocupação do Sars-Cov-2. Só vale dizer que, com a chegada da Delta, tomar a segunda dose é ainda mais importante.
Vacina boa é vacina no braços
A pesquisa traz resultados compatíveis com os dos estudos de fase 3, que antecederam a aprovação das fórmulas. Mais do que isso ,traz uma lição importante: todas as vacinas aprovadas protegem contra a Covid-19. Outro achado é o de que, como esperado, a eficiências delas cai um pouco acima dos 80 anos, seguindo a queda no funcionamento do sistema imune natural da idade.
Daí a importância de manter as outras medidas de proteção depois de tomar a vacina. Ora, nenhuma delas é 100% eficaz. Aliás, a Fiocruz até destaca que a efetividade, embora alta, pode ter sido influenciada negativamente pelo descontrole da pandemia no Brasil.
“O relaxamento de medidas não farmacológicas após a vacinação, como uso menos frequente de máscara e aumento nas interações sociais presenciais sem os devidos cuidados de distanciamento e ventilação, induzem a maior risco de infecção”, diz o texto.
Ponderações feitas, vamos a uma mensagem final positiva. Embora não sejam capazes de resolverem sozinhas a pandemia, as vacinas salvam vidas. “Com os resultados de efetividade aqui descritos e com a cobertura vacinal maior nestas faixas do que em outras no período, a vacinação foi um importante fator para redução do número de casos graves e óbitos”, encerra o texto.
Com informações da Agência Brasil.