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Coronavírus: quando o respirador mecânico é usado no tratamento

A ventilação artificial é essencial para alguns pacientes com Covid-19. Entenda quando esse tratamento é indicado e como ele funciona

Por Fábio de Oliveira, da Agência Einstein*
Atualizado em 18 ago 2020, 10h46 - Publicado em 11 Maio 2020, 19h08
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  • Para entender o papel dos respiradores mecânicos no tratamento do novo coronavírus (Sars-CoV-2), antes é importante ter em mente que esse agente infeccioso pode provocar um estado inflamatório nos pulmões. Com isso, ele compromete a principal função desses órgãos: oxigenar o sangue e eliminar o gás carbônico.

    “Quando o paciente apresenta insuficiência respiratória, tem a sensação de falta de ar, também chamada de dispneia”, explica o médico intensivista Leonardo Rolim Ferraz, gerente do Departamento de Pacientes Graves do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Esse quadro se deve à baixa taxa de oxigênio no sangue.

    Dependendo da evolução do doente, os especialistas recorrem ao auxílio da chamada ventilação mecânica, o nome do sistema de suporte que ajuda a suprir a carência de oxigênio. Entre os indivíduos acometidos pela Covid-19, cerca de 5% vão parar na UTI — a maioria com necessidade de usar o respirador mecânico.

    A indicação do recurso é baseada em critérios objetivos. Os médicos avaliam o nível de saturação do sangue, ou seja, a quantidade de oxigênio que está sendo transportada na circulação. Isso é feito por meio de um aparelho, o oxímetro, que é colocado no dedo ou no pulso do paciente, sem necessidade de agulhas. É que as hemoglobinas, proteínas encontradas no interior das hemácias e que transportam as moléculas de O2, ficam com uma tonalidade de vermelho mais brilhante quando estão carregadas de oxigênio. Um sensor com luz infravermelha no oxímetro capta essa mudança de cor. O ideal é que a saturação seja maior do que 94%.

    Existem basicamente dois tipos de ventilação mecânica. Muitos indivíduos hospitalizados devido à Covid-19 e que não se encontram em um estado grave vão precisar da forma não invasiva. As doses extras de oxigênio são fornecidas via cateter ou máscaras conectados a máquinas.

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    “Esse equipamento gera um fluxo de ar com pressão positiva a cada inspiração”, explica Rolim Ferraz. Dito de outra maneira, ele empurra o ar para dentro dos pulmões na inspiração e deixa sair na expiração. Alguns pacientes melhoram apenas com essa estratégia.

    Quando isso não acontece, apela-se para a ventilação mecânica invasiva. Como a nomenclatura entrega, coloca-se um tubo através da boca, que chega até a traqueia. A pessoa fica sedada em um nível suficiente para se sentir minimamente confortável. O objetivo aqui é deixar o pulmão em descanso, para que ele se recupere. Ao ventilador cabe a tarefa de auxiliar o pulmão a retirar o gás carbônico da circulação e oxigenar o sangue.

    Há ainda uma opção pra lá de moderna, porém menos acessível. Se há um agravamento do caso, pode-se optar pelo sistema de oxigenação extracorpóreo, o ECMO. Nele, uma bomba retira o sangue venoso e o oxigena através de uma membrana, além de eliminar o gás carbônico, como se fosse um pulmão artificial.

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    “É uma tecnologia cara e complexa, o extremo do suporte”, revela Rolim Ferraz. Sua utilização é restrita, sendo necessária seleção criteriosa dos pacientes que vão se beneficiar. “Os respiradores atualmente são aparelhos sofisticados por meio dos quais conseguimos ajustar muitos parâmetros e adaptar a ventilação às necessidades de cada um”, finaliza.

    Este conteúdo foi produzido pela Agência Einstein.

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