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Consumo de álcool cai 11% no Brasil, mas aumenta entre jovens e idosos

Um levantamento recente traz tanto boas como más notícias sobre o impacto das bebidas alcoólicas no Brasil

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 3 jul 2019, 13h22 - Publicado em 2 abr 2019, 17h31

O CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) acaba de lançar um panorama completo sobre o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil entre 2010 e 2017. O documento reúne pesquisas feitas nesse período por entidades como Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS) e mostra, no geral, uma redução na ingestão de cerveja e companhia.

O consumo per capita de álcool entre 2010 e 2016 caiu 11% no país – de 8,8 para 7,8 litros ao ano. Nesse mesmo intervalo, os transtornos psiquiátricos relacionados às bebidas tiveram uma leve diminuição: se antes 5,6% população sofria com ela, agora esse número é 4,2%.

Novas legislações, como a Lei Seca, que endurece as regras sobre beber e dirigir, e a Lei nº 13.106/2015, que torna crime a oferta de álcool para menores de 18 anos, contribuem para esses resultados, segundo o CISA.

Mas ainda há desafios, como o Beber Pesado Episódico (BPE). É aquele porre ocasional, que faz um mal danado para o organismo. No Brasil, a taxa de pessoas com esse costume subiu de 12,7% para 19,4%, enquanto, no mundo, ela desceu de 20,5% para 18,2%. Estamos na contramão.

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Dois públicos merecem atenção especial. Apesar da legislação, mais adolescentes estão tomando cerveja, uísque e afins – o aumento é maior entre as meninas.

Na outra ponta, as internações decorrentes do álcool subiram entre os idosos. Lembre-se de que eles estão mais sujeitos aos efeitos nocivos dos drinques.

Bebida e direção

O relatório destaca que, depois da Lei Seca, de 2008, o Brasil se tornou um dos 15 países que estabelecem tolerância zero para beber e dirigir. Em dez anos de legislação, os óbitos causados por acidentes de trânsito caíram 27,4% nas capitais. Segundo um estudo divulgado em 2017 pelo Centro de Pesquisa e Economia do Seguro (CPES), essa regulação evitou 41 mil mortes entre 2016 e 2018.

Mas, de acordo com a OMS, em 2016 o álcool esteve relacionado a 36,7% dos acidentes de trânsito com homens e a 23% dos com mulheres no Brasil. Ou seja, beber e conduzir ainda é aceitável para muita gente.

Bebida e adolescência

Em média, a primeira experiência da garotada com o álcool acontece cedo. Em média, aos 12 anos de idade, segundo a última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE).

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Além disso, o índice de jovens entre 13 e 15 anos que dão suas tragadas aumentou de 50,3% para 55,5% em três anos. No Rio Grande do Sul, essa prevalência chega a 68%.

Outro destaque do relatório do CISA envolve o sexo feminino. Mais meninas estão experimentando álcool – e o consumindo com mais regularidade do que antes.

Quando questionadas sobre embriaguez, 26,9% das adolescentes entre 13 e 17 anos relataram ao menos um episódio do tipo, contra 27,5% dos rapazes. Essa diferença entre os sexos era maior em 2012 e vem se estreitando também em outras faixas etárias.

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O álcool no mundo

A OMS tem como meta reduzir o consumo nocivo de bebidas alcoólicas no mundo em 10% até 2025. Entre as estratégias recomendadas pela entidade, estão:

• Taxação da indústria e do comércio
• Acesso mais fácil a tratamento para os dependentes
• Criação de programas de prevenção contra o uso abusivo
• Regulação da publicidade de marcas de bebida em competições esportivas, TV e outros meios

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Ainda segundo a entidade, uma pessoa morre a cada dez segundos por 200 causas relacionadas ao álcool, como acidentes, mortes violentas e doenças a exemplo de cirrose e câncer.

São 3,5 milhões de vítimas fatais ao ano. No Brasil, em 2017 foram mais de 72 mil mortes total ou parcialmente atribuíveis ao álcool.

As bebidas favoritas no mundo são as destiladas, com 44,8% da preferência do eleitorado. Entretanto, a preferida do brasileiro é a cerveja – escolha de 61,8% da população.

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O Brasil também está acima da média mundial de consumo per capita, que é de 6,4 litros por ano. A nossa é de 7,8, como dissemos antes.

Ou seja, a situação pode ter melhorado, mas há um longo caminho pela frente. Não à toa, o termo “ressaca” registrou um volume maior de buscas no Google em 2018 do que insônia ou resfriado.

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