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Como funciona a nova vacina da dengue?

A Qdenga, vacina aprovada no Brasil e disponível para os mais jovens no SUS, é uma importante estratégia de prevenção contra esse vírus

Por Goretti Tenorio, Estúdio Coral e Rodrigo Damati
17 Maio 2024, 14h31
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A dengue afeta o organismo em diferentes maneiras. (Ilustração: Rodrigo Damati/Veja Saúde)
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Doença viral infecciosa, a dengue é causada por uma trupe de arbovírus, transmitidos por mosquitos que se alimentam de sangue. Em 2024, o país atingiu mais de 4 milhões de casos nos primeiros meses do ano.

Quando o mosquito Aedes aegypti pica uma pessoa infectada com um dos quatro tipos de vírus — DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 —, o agente infeccioso se replica no intestino do inseto e se dissemina para as glândulas salivares. A partir daí, passa a transmitir o micróbio pelo tempo que tiver de vida, algo em torno de quatro a seis semanas.

Como o vírus da dengue provoca sintomas

O vírus, então, passa a circular e infectar as pessoas por meio das picadas do inseto, que já se espalhou por todas as regiões do país. Os sintomas da doença variam de acordo com a gravidade, desde febre baixa e manchas pelo corpo até temperaturas elevadas, dores de cabeça, atrás dos olhos e nas articulações.

Manifestações como vômito persistente, pressão baixa, dor abdominal intensa e sangramento de mucosas acendem o alerta de dengue grave, que pode progredir para difculdade respiratória e comprometimento de órgãos como fígado, pulmões e rins. Tem que correr até o hospital.

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Clique para ampliar (Ilustração: Rodrigo Damati/Veja Saúde)

Como a vacina da dengue gera imunidade

Eliminar o criadouro do mosquito e usar repelentes continuam sendo recomendações básicas para cortar o ciclo da doença. E, desde 2023, a vacina batizada de Qdenga é um novo recurso na prevenção. Oferecida na rede privada até então, no início de 2024 ela foi incorporada ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), passando a ser distribuída pelo SUS a jovens de 10 a 14 anos.

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Os estudos clínicos demonstram a efcácia e a segurança da Qdenga em relação aos diferentes tipos de vírus, sobretudo DENV-1 e DENV-2, os dois que mais circulam por aqui.

+Leia também: Vacina da gripe 2024: o que muda e mais informações sobre o imunizante

Quem pode e quem não pode tomar

A exemplo das demais vacinas atenuadas, ou seja, feitas com vírus vivo, a Qdenga é contraindicada a pessoas com imunodeficiência, gestantes e quem está amamentando. Mulheres em idade fértil devem adiar a gravidez por pelo menos 30 dias após receber as doses.

Em razão da falta de dados de segurança e eficácia na população acima de 60 anos, esse grupo por enquanto não será vacinado. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), quem teve dengue deve esperar seis meses para iniciar o esquema vacinal.

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Clique para ampliar (Ilustração: Rodrigo Damati/Veja Saúde)
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Duas vacinas…e suas diferenças

O primeiro imunizante contra dengue aprovado no Brasil, Dengvaxia, começou a ser usado em 2015, para a faixa dos 9 aos 45 anos. Também feito de vírus atenuado, seu esquema de aplicação é de três doses, a cada seis meses. Encontrada nos serviços de saúde particulares, a Dengvaxia é restrita a quem comprovadamente já tenha sido exposto ao vírus da dengue.

A Qdenga, por sua vez, pode ser recebida tanto por quem nunca foi infectado quanto por quem já passou pela experiência.

O que fazer em caso de sintomas da dengue?

Quando o mal-estar característico da doença surge, repouso e ingestão de bastante líquido são prescrições usuais. Analgésicos aliviam as dores em casos mais leves, mas é bom evitar a automedicação.

O uso de ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios, por exemplo, é contra-indicado. Diante de sinais de alarme como febre alta e sangramentos espontâneos, é preciso procurar o pronto-socorro para avaliação, ficar em observação e receber hidratação na veia.

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Clique para ampliar (Ilustração: Rodrigo Damati/Veja Saúde)
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