Como (e por que) checar a mobilidade de pessoas com demência
Cuidadores aplicam testes de fisioterapia em casa com apoio virtual de profissionais
Os testes de mobilidade funcional e de força muscular são considerados importantes indicadores do processo de envelhecimento. E essas ferramentas são especialmente valiosas para a análise de pessoas que convivem com algum tipo de demência.
Com o objetivo de facilitar a realização dos procedimentos, nem sempre acessíveis, estudiosos brasileiros adaptaram as avaliações (veja o quadro abaixo), permitindo a sua aplicação de maneira remota, pelas mãos dos cuidadores e o suporte da telessaúde.
A metodologia desenvolvida pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar) foi testada em um experimento com 43 idosos com demência.
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Os voluntários tiveram acesso aos testes em casa por meio de uma plataforma on-line. Antes disso, os cuidadores receberam uma capacitação para aplicá-los. As avaliações foram feitas com participação on-line e em tempo real de um profissional de saúde capacitado para esclarecer dúvidas.
E funcionou! Os resultados foram publicados no periódico Geriatrics, Gerontology and Aging.
“O atendimento remoto possibilita a realização de avaliações que contribuem para o planejamento adequado de intervenções profissionais mais personalizadas”, afirma a fisioterapeuta Larissa Pires de Andrade, professora da UFSCar e coordenadora do estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Com a vantagem de não precisar deslocar o paciente para fora de casa.
A fisioterapeuta ressalta que a presença do cuidador no momento do atendimento remoto é crucial, pois as instruções são referidas ao profissional para auxiliar a pessoa idosa durante a execução dos testes, além do preparo prévio do ambiente e organização dos materiais necessários.
“Adicionalmente, devido ao comprometimento cognitivo inerente da demência, todas as instruções foram adaptadas para que sejam o mais sucintas possível e de fácil entendimento, o que viabiliza e facilita a avaliação remota”, acrescenta Larissa.
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