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Coçar os olhos é perigoso: veja 5 problemas causados pelo hábito

Olhos não deveriam ser coçados em hipótese nenhuma. Entenda os danos e saiba o que fazer em caso de irritação

Por Clarice Sena
12 abr 2025, 07h00
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Longos períodos vidrados na tela aumentam a necessidade de coçar os olhos  (Jajah-sireenut/Getty Images)
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Levar as mãos aos olhos é uma atitude bastante anti-higiênica. O hábito de coçar os olhos pode até parecer comum, mas é perigoso e faz muito mal para a saúde visual. A fricção repetitiva e com força pode causar a degeneração progressiva das córneas e levar à perda parcial da visão.

Coçar os olhos pode se tornar um hábito pois, ao coçar, o organismo libera histamina, uma substância que leva a inflamações na córnea, perpetuando ainda mais a coceira. A fricção pode machucar o olho e gerar um círculo vicioso.

Por que os olhos coçam?

Antes de entender os riscos, é importante saber os motivos por trás do coça-coça. Vários deles podem ser solucionados antes que as córneas sejam lesionadas.

Climas secos com baixa umidade favorecem a suspensão da poeira no ar. Similar a isso, a poluição atmosférica também contribui para a irritação dos olhos.

Cansaço, stress e vista cansada podem fazer os olhos ficarem secos, levando à coceira.

Confira alguns problemas que podem ser desencadeados pelo hábito:

1. Ceratocone

O ceratocone é uma doença genética hereditária que costuma se manifestar dos 10 aos 25 anos. Os sintomas incluem sensibilidade à luz, visão dupla, embaçada ou distorcida, olhos inflamados, lacrimejamento, e aumento frequente da miopia e astigmatismo.

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A evolução é lenta, mas coçar os olhos pode desencadear a doença prematuramente ou fazê-la progredir de maneira rápida. Segundo pesquisas realizadas pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 150 mil brasileiros desenvolvem ceratocone por ano.

A doença provoca um afinamento e deformação da córnea, que fica projetada para frente na forma de cone. Ao coçar os olhos, o trauma contínuo sofrido pelo olho deixa as fibras das córneas ainda mais frágeis e suscetíveis ao quadro.

Em casos graves, o ceratocone pode levar à necessidade de um transplante de córnea. O diagnóstico precoce auxilia no tratamento adequado que envolve o uso de lentes de contato especiais.

+Leia também: Ceratocone: o que é, causas, sintomas e tratamentos

2. Blefarite

A blefarite é uma infecção que ocorre nas pálpebras e provoca o entupimento das glândulas sebáceas localizadas na base dos cílios. A doença pode ser de dois tipos: blefarite seborreica, que acontece devido a uma alteração na produção de gordura nas glândulas; ou blefarite infecciosa, causada por uma infecção bacteriana.

A mais provável de ser desenvolvida por coçar os olhos é a blefarite do tipo infecciosa, já que as mãos levam aos olhos os microrganismos responsáveis pela doença. Reações alérgicas e disfunções nas glândulas de Meibomius também estão entre as causas da blefarite.

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Entre os principais sintomas estão a sensação de ardor e coceira nas pálpebras, inchaço e descamação da pele ao redor dos olhos, excesso de lágrimas, terçol e conjuntivite crônica. Pacientes podem acordar com a sensação de que as pálpebras estão grudadas pelo excesso de crostas que se formam na região.

O diagnóstico é realizado por um oftalmologista e o tratamento depende da causa, mas geralmente inclui a limpeza cuidadosa das bordas dos olhos, uso de colírios, pomadas e medicações para aliviar a inflamação e combater infecções.

+Leia também: Blefarite: saiba o que é e como identificar

3. Ceratite

A ceratite, ou queratite, é uma inflamação da córnea que geralmente ocorre devido a repetidas lesões ou infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos. Estas, por sua vez, estão relacionadas ao hábito de coçar os olhos e o uso prolongado de lentes de contato.

Os sintomas incluem a sensação de coceira, vermelhidão dos olhos, lacrimejamento e visão turva ou diminuída. O tratamento depende da causa e pode incluir medicamentos para o tratamento da infecção.

O diagnóstico por um oftalmologista determinará o procedimento adequado, pois, sem tratamento, pode haver a perda da visão.

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4. Conjuntivite

Coçar os olhos repetidamente é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento da conjuntivite. A doença é caracterizada pela inflamação da membrana conjuntiva, responsável por cobrir a área interna das pálpebras e a parte branca dos olhos.

A doença até pode ser provocada por alergias, mas a principal causa é a infecção contagiosa, transmitida através do contato das mãos contaminadas nos olhos.

O sintoma mais conhecido é a vermelhidão dos olhos. Além deste, a conjuntivite também pode provocar irritação generalizada e dor nos olhos, inchaço, secreções, visão turva e sensibilidade à luz.

A limpeza da região ocular pode ajudar no alívio dos sintomas, mas apenas uma consulta ao oftalmologista poderá definir o tratamento adequado a depender do quadro do paciente. Colírios não são indicados.

+Leia também: Tudo sobre conjuntivite: o que é e como evitar o problema

5. Descolamento de retina

Outra consequência grave de coçar excessivamente os olhos é o descolamento da retina. A membrana reveste a parte interna dos olhos e fica comprometida ao menor dano.

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Também existe o risco de, ao coçar, provocar uma ruptura em uma das camadas da córnea, permitindo a entrada de fluídos no interior do olho numa condição chamada de hidropsia.

O resultado é o inchaço da córnea e a perda imediata da visão.

O que fazer para aliviar a coceira nos olhos?

Já que o ideal é nunca coçar os olhos, algumas medidas podem ajudar a aliviar a sensação de coceira. Evite o contato dos olhos com partículas potencialmente alergênicas, como poeira, pólen e ácaros.

Mantenha o rosto, os olhos e os cílios sempre limpos, sem restos de maquiagem. Descanse a vista após muito tempo diante de telas piscando bastante os olhos. Se a coceira aparecer, lave o rosto com água gelada ou faça uma compressa com soro fisiológico.

Antes de usar qualquer colírio, consulte um oftalmologista.

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