Uma reunião seis anos atrás pode entrar para a história como o começo da derrocada da aids. No encontro, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde do Reino Unido, estavam presentes cientistas do Imperial College London, do King’s College London e das universidades de Oxford, de Cambridge e College London — simplesmente as maiores instituições de ensino superior do país. O objetivo era iniciar um esforço em conjunto para encontrar, finalmente, uma cura para a doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), relacionada à destruição dos linfócitos T, células que comandam todo o sistema imune.
A terapia disponível atualmente é composta pelas drogas antirretrovirais, o famoso coquetel. Por mais que tenham ganhado ótimas versões nas últimas décadas, elas conseguem apenas diminuir a carga do vírus na circulação. Porém, ele permanece “adormecido” em algum cantinho desconhecido do corpo.
Atualmente, o uso correto dos remédios permite encarar a aids como um problema crônico: ela tem controle, mas não cura. Pois a aliança dos estudiosos britânicos testou uma nova abordagem terapêutica, capaz de ativar e trazer à tona essas unidades escondidas e encorajar as próprias células de defesa a atacarem a doença.
A hipótese já foi testada num primeiro paciente, o que animou os experts a iniciarem um estudo com 50 participantes, em que a estratégia inédita será avaliada. Os resultados devem sair em 2018. “Nós tivemos um grande progresso nos últimos anos e já estamos começando a recrutar voluntários para testar nossa teoria na prática”, comemora o clínico Jonathan Weber, do Imperial College London. Agora, nos resta torcer para que esse trabalho em equipe traga ótimas notícias em breve.
Entenda no vídeo abaixo como o HIV infecta os linfócritos T: