Inspirados em iniciativas europeias, pesquisadores desenvolveram uma plataforma para acompanhar o tratamento da esclerose múltipla (EM) no Brasil e na América Latina.
O Banco de Dados Colaborativo Latino-Americano para Esclerose Múltipla, mais conhecido pela sigla Brando, ajudará médicos a avaliarem a evolução de terapias e as particularidades de pacientes da região.
“A maioria dos estudos leva em consideração informações da Europa e da América do Norte. Precisamos entender o que funciona melhor para a nossa população, que é geneticamente diversa”, explica Alfredo Damasceno, presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla (BCTRIMS), responsável pelo projeto.
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Hoje, profissionais de mais de 30 centros de referência nacionais já estão contribuindo para a plataforma. Cientistas e médicos de outros 16 países latino-americanos também podem utilizar o banco de dados
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca e danifica a bainha de mielina, uma camada de gordura que recobre e protege os neurônios. É uma doença crônica, sem cura e que pode causar alterações da sensibilidade (como formigamento e dormência no corpo) e da visão, desequilíbrio e fadiga, entre outros sintomas.
Estima-se que 40 mil brasileiros vivam com esclerose múltipla.
Leque de tratamentos
Condição neurológica não tem cura, mas diversas terapias foram desenvolvidas ao longo das décadas
Corticosteroides
Surtos podem ser tratados com altas doses administradas em poucos dias. Chamado de pulsoterapia, o procedimento provoca efeito anti-inflamatório e diminui sintomas.
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Imunoterapia
Anticorpos monoclonais atacam agentes específicos que destroem a capa que protege os nervos dos pacientes. Atrasam o avanço da doença e reduzem o risco de novos surtos.
Neurorreabilitação
Sessões de fisioterapia podem melhorar a qualidade de vida e mobilidade de pacientes em atividades diárias. Exercícios também ajudam a controlar espasmos e dores.
Transplante
Estudos ao redor do mundo mostram que o transplante de células-tronco do próprio portador pode cessar a ativação da doença, mas a indicação é restrita a poucos casos.