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Auriculoterapia faz bem? Faltam provas robustas disso

Estudos já investigaram possíveis vantagens da auriculoterapia, mas ela é considerada uma pseudociência

Por Gabriel Bortulini
Atualizado em 30 out 2024, 09h41 - Publicado em 30 out 2024, 09h38
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Auriculoterapia é oferecida como técnica complementar e integrativa (Sandro Araújo/Agência Saúde/Flickr/Reprodução)
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A auriculoterapia, também conhecida como auriculopuntura ou acupuntura auricular, é uma técnica terapêutica em que pontos específicos da orelha são estimulados de forma semelhante ao que ocorre na acupuntura tradicional.

A prática promete tratar diferentes condições de saúde e, embora venha sendo pesquisada para benefícios diversos, ainda não tem provas robustas de sua eficácia.

+Leia também: O que é a acupuntura e para que ela serve?

Tratamento a partir do mapa auricular

A diferença para a acupuntura é que, na auriculoterapia, a pressão é exercida apenas nos pontos do pavilhão auricular. A orelha, nesse caso, funcionaria como um “mapa” do corpo, um microssistema em que cada ponto está associado a uma parte específica do organismo.

De acordo com os métodos tradicionais, esses estímulos poderiam ser realizados por meio de agulhas, cristais, esferas de ouro ou prata e até sementes de mostarda.

Só que não existe consenso ou estudo comprovando quais seriam os pontos corretos de estímulo. Tanto que diferentes escolas de auriculoterapia propõem mapas diferentes.

Possíveis benefícios da auriculoterapia

Algumas das indicações mais frequentes da auriculoterapia estão associadas a tratamentos como:

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  • Controle da glicemia;
  • Tratamento da obesidade e sobrepeso;
  • Ansiedade e depressão;
  • Insônia;
  • Dores crônicas;
  • Distúrbios digestivos;
  • Controle do tabagismo.

Apesar dessas indicações, vale reforçar: ainda não há estudos controlados com humanos demonstrando a eficácia da auriculoterapia, embora alguns estudos a respeito do tema tenham sido publicados nos últimos anos.

Pesquisas científicas

Embora a prática seja considerada uma pseudociência por parte da comunidade científica, estudos tentam demonstrar benefícios para alguns tipos de transtornos.

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), publicaram uma pesquisa que avaliou seu efeito contra a depressão, dividindo voluntários em dois grupos: um que receberia auriculoterapia, outro um placebo (intervenção parecida, em pontos inespecíficos da orelha).

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O estudo, notou uma melhora nos sintomas relatados entre o grupo que fez a auriculoterapia, mas não houve diferença na recuperação da depressão, quando avaliada pelos pesquisadores. Ou seja, não houve diferença positiva no tratamento entre quem fez a auriculoterapia. Uma das limitações foi o pequeno número de participantes: apenas 74 pessoas.

Terapia integrativa e complementar

A técnica é oferecida pelo SUS como prática integrativa desde 2006 e deve ser realizada por profissionais da saúde especializados.

É importante lembrar que a auriculoterapia consiste em uma técnica integrativa e complementar, que não tem evidências de benefício. Portanto, quem decidir utilizá-la, deve o fazer sem substituir os tratamentos indicados pelos médicos.

+Leia também: Tratamentos alternativos: fique atento aos riscos

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