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Arnica: descubra se a erva ajuda mesmo a combater inflamações

Planta conhecida na medicina tradicional realmente tem ação terapêutica, mas medicamentos certificados são mais seguros do que preparos caseiros

Por Valentina Bressan
16 nov 2024, 08h00
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  • A arnica é um dos ingredientes mais populares em preparações, caseiras ou não, voltadas para tratar hematomas e dores musculares. Não é à toa: há séculos a planta é conhecida como anti-inflamatória

    Estudos científicos já comprovaram alguns dos benefícios da arnica para o tratamento de ferimentos, mas é preciso cuidado na hora de escolher o remédio – nem todo creme vendido com arnica na composição é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

    Então, para aliviar as dores de forma segura, confira a seguir como a arnica atua sobre o organismo e quais dos seus efeitos têm respaldo científico. 

    O que é arnica?

    Embora seja comum se referir à arnica como se fosse apenas um tipo de planta, na realidade Arnica é um gênero de cerca de 30 espécies. O tipo mais usado em preparos medicamentosos é a Arnica montana, originária da Europa. 

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    No Brasil, outras espécies são utilizadas como substitutas da arnica europeia: a arnica-do-campo (Porophyllum ruderale), a arnica-da-serra ou arnica brasileira (do gênero Lychnophora) e a arnica-da-horta, também conhecida como arnica silvestre (Solidago chilensis).

    +Leia também: Fitoterapia: até que ponto ela pode ajudar?

    Para que serve a arnica?

    A principal parte utilizada da arnica são as flores.

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    Embora na tradição popular a erva seja utilizada com uma variedade de finalidades – que vão desde o combate a bactérias e fungos até o tratamento de problemas respiratórios –, o benefício mais estudado pela ciência é o anti-inflamatório.

    Pesquisas já sugeriram que cremes contendo arnica podem auxiliar na redução de inflamação, seja no período pós-cirúrgico ou em caso de doenças crônicas como artrite. Dentre os efeitos anti-inflamatórios, estão a diminuição de dor e inchaço, bem como o combate à formação de hematomas.

    As substâncias responsáveis pela ação anti-inflamatória da arnica são as sesquiterpenolactonas. Esses compostos inibem a atividade de um complexo proteico que participa do processo de resposta inflamatória. A arnica é considerada benéfica também pela facilidade com que essas substâncias atravessam a pele.

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    Alguns estudos demonstraram ainda que o tratamento com gel de arnica teve efeitos comparáveis ao uso de ibuprofeno em casos de artrite nas mãos. No entanto, casos de efeitos adversos foram significativos no grupo que usou o creme com a erva.

    Os efeitos antimicrobianos contra bactérias também já foram validados. Outro benefício existe por conta da presença de flavonoides e compostos fenólicos na planta: a ação antioxidante.

    Entretanto, a maior parte dos estudos sobre a arnica foi realizada em animais de laboratório. As pesquisas clínicas, conduzidas em humanos, contaram com grupos pequenos de participantes.

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    Um outro problema para os brasileiros é que os experimentos costumam utilizar a Arnica montana. Embora seja ela a principal componente de preparos medicamentosos vendidos em farmácias, não é esta a erva encontrada nos jardins daqui. Além disso, o conteúdo bioativo – e, por consequência, as propriedades medicinais – variam de acordo com a localidade geográfica e o clima em que a planta cresce.

    De forma geral, as evidências sobre a efetividade da arnica silvestre como planta medicinal ainda variam em qualidade. São necessários estudos mais completos para bater o martelo sobre a indicação de uso da planta para aplacar dores.

    Cuidados

    A principal recomendação é jamais ingerir o chá ou a tintura da arnica. Em geral, os estudos avaliam a ação da tintura ou de cremes com a tintura na aplicação tópica, não na ingestão oral.

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    Ainda há a possibilidade de presença de compostos tóxicos na planta e, com a variedade de espécies do gênero, a chance de se confundir na hora de escolher a erva. Por isso, a dica é buscar apenas produtos registrados na Anvisa, vendidos em farmácias, para utilizar sobre hematomas.

    Os cremes também não devem ser aplicados sobre feridas abertas.

    A arnica pode interagir com medicamentos anticoagulantes e corticoides, e diminuir o efeito de drogas hipertensivas. Crianças com menos de 12 anos, grávidas e lactentes tampouco devem utilizar composições com arnica. Em caso de vermelhidão, coceira ou dermatite, o uso deve ser interrompido.

     

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