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ANS ouve sociedade sobre inclusão de tratamentos para câncer de bexiga

ANS avalia inclusão de novo medicamento na cobertura dos planos de saúde e a população pode participar da decisão até dia 30 de março. Saiba como contribuir

Por Abril Branded Content
Atualizado em 29 Maio 2024, 14h28 - Publicado em 25 mar 2022, 11h56
Homem durante consulta médica
 (Istock/Divulgação)
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A cada seis meses, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abre espaços, via consulta pública, para que toda a população possa opinar e, com isso, contribuir para melhorias no tratamento de doenças oncológicas. Um exemplo disto é a revisão da lista de cobertura dos planos de saúde, incluindo novos tratamentos e procedimentos para variados tipos de câncer. A participação da sociedade nessas consultas é fundamental, porque permite que a ANS conheça experiências anteriores em relação ao que é proposto. Assim que são definitivamente incorporados ao rol, tendo, consequentemente, cobertura obrigatória, esses medicamentos podem beneficiar milhões de brasileiros. “É muito frustrante saber que existe uma droga já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que poderia mudar a vida de um paciente e não poder utilizá-la. Eu mesmo já participei de algumas consultas públicas como médico e como cidadão. Elas são de extrema importância”, ressalta o dr. Fabio Schutz, oncologista clínico da Beneficência Portuguesa. 

Atualmente, até o dia 30 de março, está aberta, com esse fim, a Consulta Pública – CP nº 94, UAT 13, que avalia a ampliação das opções terapêuticas para o  tratamento de  câncer de bexiga.

O que é o câncer de bexiga

De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de bexiga atinge as células que recobrem internamente o órgão e é classificado de acordo com o tipo de célula que sofreu alteração. O dr. Igor Morbeck, oncologista do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, ressalta que quando a doença se limita ao tecido de revestimento da bexiga, ela é considerada superficial; e quando o câncer invade a camada mais profunda do órgão, correndo o risco de ser metastático, ele é considerado invasivo, o que piora o prognóstico do paciente. “Felizmente, cerca de 70% dos casos de câncer de bexiga são superficiais”, afirma.  A expectativa de vida dos pacientes com câncer de bexiga localmente avançado é de 38% em cinco anos, segundo estudos. Caso a enfermidade evolua para a fase metastática, esse número cai para 6%.  

O especialista ressalta, ainda, que a doença pode acometer tanto homens quanto mulheres, apesar de ser duas vezes mais frequente em homens, é predominante em pacientes com mais de 60 anos de idade e que o maior grupo de risco são os fumantes, fumantes passivos e ex-fumantes. “Quando pensamos em tabagismo, o associamos ao câncer de pulmão. Mas o cigarro e outras substâncias tóxicas, como corantes e solventes, estão muito relacionadas ao câncer de bexiga. Como esse não é um tipo de câncer considerado comum — ele está mais ou menos no décimo lugar entre os tumores mais incidentes —, não há recomendações de exames preventivos, por exemplo. Mas é essencial ficar atento aos sintomas.”

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Diagnóstico e tratamento

Como explica o dr. Fabio Schutz, os sintomas do câncer de bexiga são muito parecidos aos de uma infecção urinária. “Pode haver a necessidade de ir ao banheiro várias vezes, por exemplo, e o sangramento na urina, que é sempre um sinal de alerta”, avisa. “Na dúvida, é fundamental procurar ajuda médica.”

O médico a ser buscado é o urologista, especialista em cuidar de problemas relacionados ao trato urinário. Esse profissional indicará exames, principalmente os de imagem — como ultrassonografia, tomografia e ressonância magnética — para fazer um diagnóstico preciso. “Quanto mais precoce for o diagnóstico e quanto mais superficial for o tumor, maior é a chance de cura. Conforme a doença vai sendo mais invasiva ou se aprofundando nas camadas da bexiga, aumenta-se o risco de metástase, ameaçando, assim, a vida do paciente”, reforça.

De acordo com o dr. Igor Morbeck, o tratamento local mais comum, quando o caso é superficial, inclui radioterapia, quimioterapia e, quando necessário, cirurgia para retirada do tumor e até mesmo da bexiga. Nos casos mais graves da doença, o tratamento passa a ser sistêmico, ou seja, englobando o organismo como um todo do paciente. “Nesses casos, é normal considerarmos a inclusão de outros tratamentos, como imunoterapia e terapias-alvo”, diz.

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Para ele, apesar de o sonho da ‘cura para o câncer’ ainda estar a largos passos de ser realizado, o cenário de tratamento para os mais diferentes tipos de tumores, incluindo o câncer de bexiga, é promissor — principalmente por conta do avanço da tecnologia e consequentes pesquisas no setor. “Já conseguimos, nos últimos anos, alcançar alguns degraus a mais na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes. Mas a grande barreira que ainda existe é o acesso a medicamentos de ponta. E é por isso que as consultas públicas são tão importantes”, afirma.

Contribuir com uma “Consulta Pública” é muito simples: basta acessar o site da ANS e, no menu principal, clicar em Participação da Sociedade. Em seguida, escolha a opção “Consultas e Participações Públicas” e, depois, a CP com o número correspondente — neste caso, é a de número 94, UAT 13.

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