Uma mulher que recebe um diagnóstico precoce de câncer de mama tem uma vantagem considerável (além do fato de a doença não estar em estágio avançado, claro). Ela não precisa ter tanta pressa para iniciar o tratamento, o que dá mais tempo para médico e paciente ponderarem sobre o melhor tipo de intervenção. Mas os dois não são os únicos que fazem parte do processo de decisão, como indica um estudo recente da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
O levantamento, feito com mais de 2 500 voluntárias com tumores iniciais na mama, aponta que metade das entrevistadas listou pelo menos três indivíduos que as ajudaram na definição da terapia; 20% elencaram duas pessoas; 20% citaram um ente querido e apenas 10% não relataram qualquer tipo de assistência nesse quesito.
Mais do que o apoio em si, essa rede é fundamental porque está associada a uma maior deliberação sobre os recursos disponíveis, o que sugere que as pacientes estão colocando na balança os prós e contras e analisando com cuidado todas as possibilidades.
“É necessário que os médicos reconheçam que as mulheres envolvem outros sujeitos em seus pareceres relacionados à saúde. E é importante que esses grupos também tenham acesso aos dados sobre as opções recomendadas”, diz a epidemiologista Lauren Wallner, autora da pesquisa.
A especialista propõe que os médicos incorporem a família e os amigos nas conversas, entreguem materiais de consulta para todos e providenciem informações que podem ser discutidas depois da consulta. Tudo isso, obviamente, respeitando as vontades de quem receberá o tratamento.
Lauren reforça que a luta contra o câncer não precisa (e nem deveria) ser solitária: “Aquelas que acabam de receber o diagnóstico dessa condição frequentemente ficam assustadas e sobrecarregadas. Ter outro indivíduo para ajudá-las a processar as alternativas é essencial”.