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Alzheimer é ligado a maior risco de morte de Covid-19, não importa a idade

Estudo brasileiro firma um elo entre doenças neurodegenerativas que causam demência e casos mais graves de Covid-19. O que explicaria isso?

Por Elton Alisson, da Agência Fapesp*
Atualizado em 23 abr 2021, 11h00 - Publicado em 22 abr 2021, 15h42
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  • Doenças neurodegenerativas que causam demência estão associadas a um maior risco de casos graves e mortes de Covid-19. No caso de pacientes com Alzheimer, essa probabilidade chega a ser três vezes maior. As constatações foram feitas por meio de um estudo da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Butantan e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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    “Verificamos que todas as causas de demência são fatores de risco de aumento da gravidade e morte por Covid-19”, diz Sérgio Verjovski, professor do Instituto de Química da USP e coordenador do projeto, à Agência Fapesp.

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    Os pesquisadores investigaram o número de diagnósticos positivos, hospitalizações e mortes decorrentes do coronavírus em um grupo de 12 863 pessoas acima de 65 anos. As informações pertenciam ao UK Biobank, um banco de dados clínicos de cerca de 500 mil pacientes acompanhados desde 2006 pelo sistema público de saúde do Reino Unido.

    Entre os selecionados, 1 167 foram diagnosticados com Covid-19. Para considerar o efeito da idade (o envelhecimento aumenta o risco tanto da casos graves dessa infecção como de demências), eles foram estratificados em três faixas etárias: de 66 a 74, 75 a 79 e 80 anos ou mais. As análises estatísticas indicaram que todas as causas de demência – e, particularmente, o Alzheimer – são fatores de risco para gravidade e morte de pacientes hospitalizados, independentemente da idade.

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    A doença de Alzheimer, especificamente, não aumentou o risco de internação na comparação com outras comorbidades crônicas. Entretanto, uma vez no hospital, os pacientes com ela apresentaram risco três vezes maior de desenvolver um quadro severo em decorrência do coronavírus, em comparação com indivíduos sem essa enfermidade neurodegenerativa.

    A idade teve seu peso na conta, mas não explicou por completo o aumento do risco. “Há algum fator ainda não identificado que predispõe pacientes nessa condição a evoluir para um quadro mais grave”, avalia Verjovski. “Os resultados indicam que é necessário dar uma atenção especial a esse grupo, ao ser internado”, afirma.

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    Hipóteses para a relação entre demência e Covid-19

    Uma das teorias é a de que as inflamações decorrentes das doenças neurodegenerativas diminuiriam a capacidade de o organismo enfrentar o coronavírus.

    Outra hipótese é o aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica causada pelo Alzheimer. Explica-se: essa estrutura bloqueia a passagem de várias substâncias potencialmente tóxicas para o cérebro, mas pode ser parcialmente comprometida por doença. Com essa camada de proteção abalada, o coronavírus conseguiria infectar o sistema nervoso central com maior facilidade, provocando sintomas graves.

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    “Agora pretendemos fazer análises do genoma desses pacientes, também disponibilizados no UK Biobank, para identificar quais genes estão mutados e que podem estar implicados no aumento do risco de pessoas com doença de Alzheimer evoluírem para quadros graves e mortes por Covid-19”, projeta Verjovski.

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    *Este conteúdo foi produzido pela Agência Fapesp.

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