7 sintomas da menopausa que podem indicar doenças, segundo médicos
Nem tudo que parece ser efeito do climáterio deve ser ignorado. Sintomas persistentes, intensos ou fora do padrão podem exigir atenção médica

A chegada da menopausa marca o fim do ciclo reprodutivo da mulher, mas também inaugura uma fase de mudanças intensas no corpo e na mente.
Ondas de calor, alterações no humor, ganho de peso e cansaço são queixas frequentes nesse período, muitas vezes atribuídas unicamente à queda de estrogênio.
No entanto, quando esses sintomas são excessivos, atípicos ou persistem além do esperado, podem estar sinalizando condições médicas que vão além da transição hormonal.
A seguir, veja sete sinais comuns na menopausa que merecem investigação cuidadosa:
1. Fadiga constante
É normal sentir mais cansaço na menopausa, mas a fadiga crônica pode ser um sinal de alerta. Hipotireoidismo, deficiência de ferro, apneia do sono e até depressão podem provocar queda de energia e falta de disposição.
Se o cansaço não melhora com repouso ou compromete a rotina, é hora de buscar avaliação médica.
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2. Ganho de peso acelerado
A desaceleração do metabolismo é real após os 40, mas o acúmulo rápido de gordura abdominal pode ter causas mais profundas.
Resistência à insulina, síndrome metabólica e alterações nos hormônios da tireoide podem estar por trás do aumento de peso repentino e da dificuldade para emagrecer, mesmo com dieta e atividade física.
3. Queda de cabelo intensa
A perda de fios pode ser atribuída à queda dos níveis de estrogênio, mas também pode indicar disfunção da tireoide ou deficiência de nutrientes como ferro, zinco, vitamina B12 e proteína.
A intensidade da queda e o padrão devem ser observados — quando fora do normal, exames laboratoriais são essenciais.
4. Palpitações e batimentos cardíacos irregulares
Alterações no ritmo cardíaco são comuns na perimenopausa, mas também podem sinalizar arritmias ou outras condições cardiovasculares.
Mulheres com histórico familiar de doenças cardíacas ou que sentem palpitações acompanhadas de tontura, dor no peito ou falta de ar devem procurar um cardiologista.
5. Ondas de calor fora de hora
Fogachos são sintomas clássicos da menopausa, mas quando muito intensos, frequentes ou em horários inusitados, podem indicar disfunções no hipotálamo ou alterações hormonais não relacionadas à menopausa — como tumores hipofisários ou distúrbios adrenais.
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6. Alterações no humor e crises de ansiedade
Oscilações emocionais são esperadas na transição hormonal, mas quadros intensos ou incapacitantes podem ter relação com distúrbios psiquiátricos que precisam ser investigados por um médico especialista.
7. Dor nas articulações ou rigidez matinal
Desconfortos articulares podem parecer efeito do envelhecimento, mas, se acompanhados de rigidez ao acordar ou inflamação visível, podem sinalizar doenças autoimunes como artrite reumatoide, lúpus ou fibromialgia. A avaliação de um reumatologista pode esclarecer o quadro.
Atenção aos excessos e ao tempo dos sintomas
Embora muitos desses sintomas façam parte da transição natural da menopausa, o excesso, a intensidade ou a persistência merecem investigação médica.
O acompanhamento clínico é essencial para garantir que sinais importantes não sejam silenciados pelo conformismo com o “normal da idade”.
Cuidar da saúde na menopausa é um ato de autocuidado e uma forma de garantir mais qualidade de vida nas décadas seguintes.
*Ana Horovitz é ginecologista e membro da Brazil Health
(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)