O exercício é um célebre remédio para muitas doenças, mas sua ação nos rins ainda é pouco estudada em comparação com outros órgãos, como coração e cérebro. Pois uma nova pesquisa acaba de mostrar que suar a camisa com regularidade pode evitar a doença renal crônica.
Publicado no British Journal of Sports Medicine, o trabalho envolveu 199 421 taiwaneses com idade média de 20 anos. Eles foram acompanhados por cerca de quatro anos, passando por avaliações médicas, exames e aplicação de questionários que determinavam os níveis de atividade física de cada um.
Resultado: os sedentários apresentaram uma queda anual mais significativa na taxa de filtração glomerular (uma medida que indica a saúde dos rins). Entre eles, a probabilidade de ser diagnosticado com doença renal crônica era quase 10% maior, mesmo quando outros fatores de risco foram contabilizados.
O que é doença renal crônica
Carca de 10% dos adultos possuem algum grau dessa perda progressiva da capacidade de filtrar o sangue, trabalho principal dos rins. O agravamento do quadro pode culminar em transplante ou sessões de hemodiálise, além de prejudicar o bem-estar e até ameaçar a vida da pessoa.
Na maior parte do tempo, contudo, a enfermidade não manifesta sintomas claros. Ela é resultado de anos e anos de convívio com certas doenças crônicas (como hipertensão e diabetes) e maus hábitos, a exemplo de consumo excessivo de álcool e tabagismo.
Com o novo achado, o sedentarismo pode entrar nessa lista.
Como a atividade física beneficia os rins
Estudos realizados em animais indicam que o processo de filtragem das toxinas em si é mais eficiente nos indivíduos ativos. Outras pesquisas apontam o exercício como fator protetor contra pedras nos rins e até tumores no órgão, mas os motivos disso são desconhecidos, principalmente em humanos.
Fora que há uma relação indireta nessa história. O esforço físico regular, em intensidade moderada, por ao menos 150 minutos semanais, protege contra obesidade, diabetes e hipertensão, três problemas que comprometem a saúde renal.