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Tire as crianças de frente das telas

Pesquisa indica que a falta de interação com o mundo real prejudica o desenvolvimento da garotada

Por Karolina Bergamo
Atualizado em 29 nov 2016, 10h15 - Publicado em 26 set 2016, 15h10
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  • Uma das principais formas que as crianças dispõem para conhecer e entender o mundo é interagir com o ambiente que as cerca. Noções de espaço, tempo e causalidade são construídas por meio do contato com objetos — algo que acontece quando elas brincam e exploram o que está ao redor.

    O problema é que essas descobertas concretas têm feito cada vez menos parte da rotina dos pequenos. Segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope e encomendada pela marca Nebacetin, da farmacêutica Takeda, 37% dos pais afirmaram que seus filhos preferem o videogame ao invés de brincadeiras ao ar livre e de práticas esportivas.

    Leia mais: Vício em tecnologia abala a qualidade de vida

    Para desvendar os impactos desse uso excessivo de tecnologia no processo de crescimento da meninada, a pedagoga Ana Lúcia Pinto de Camargo Meneghel avaliou 21 crianças com idade entre 8 e 12 anos que estudavam em uma escola particular na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Os resultados estão em sua dissertação de mestrado na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

    Ela concluiu que as crianças que passavam mais tempo diante do computador e de outros aparelhos eletrônicos de tela (a exemplo de celulares, tablets, videogames, notebooks e televisão) tinham problemas no desenvolvimento cognitivo, como dificuldade de organizar seus pensamentos.

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    No entanto, segundo a autora, o problema não está exatamente no uso da tecnologia, mas, sim, na falta de interação com o mundo real. Isso significa que não é preciso abrir mão dos aparelhos, apenas dosar bem seu uso, equilibrando-o com outras atividades essenciais, como brincar e se relacionar mais com os amiguinhos.

    Cabe aos pais e à escola essa missão reguladora. Quando Ana Lúcia perguntou às crianças se elas brincavam na rua, algumas responderam que não, pois os pais consideravam isso perigoso. Totalmente compreensível. Só que a solução para esse impasse não pode ser a escolha de uma vida sedentária e cercada por tecnologia. Estudar, fazer a lição de casa e se divertir com os colegas são atividades fundamentais para que a criança desenvolva todas as suas capacidades.

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