Capitaneado pelo Instituto D’Or em parceria com a Associação Viva e Deixe Viver, um experimento demonstrou o poder da contação de histórias em crianças internadas na UTI de um hospital paulistano.
Os pequenos foram divididos em dois grupos: um ouviu histórias, o outro ficou com brincadeiras de adivinhação. Antes e depois, eram coletadas amostras da saliva para checar os níveis de cortisol e ocitocina, hormônios relacionados ao estresse e ao bem-estar.
“Foram observadas melhoras fisiológicas e emocionais em todos. Mas, nos que ouviam histórias, os efeitos foram duas vezes mais expressivos”, conta Guilherme Brockington, um dos autores. “Incentivamos a contação também em casa. Ela alivia o impacto psicológico da pandemia”, sugere.
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Os efeitos no corpo
Entenda o papel dos dois hormônios monitorados no estudo
Mais ocitocina
Conhecida como hormônio do amor, a substância é liberada na circulação sanguínea em situações marcadas por carinho e afeto. Níveis mais altos de ocitocina estão associados à criação de vínculo afetivo, empatia, sensação de confiança e relaxamento.
Menos cortisol
Ele é produzido pelas glândulas suprarrenais, localizadas acima dos rins. Manter suas taxas sob controle é fundamental para o equilíbrio emocional. Em excesso, o cortisol deixa o corpo em estado de alerta e estresse, provocando ansiedade e alterações no sono.
Era uma vez…
Chapeuzinho Amarelo (clique aqui para comprar), de Chico Buarque, foi uma das histórias contadas no experimento. Chapeuzinho era uma menina que tinha medo de tudo e por isso não conseguia nem brincar nem comer nem dormir. O engraçado é que no dia em que encarou o lobo, seu maior temor, a garota mostrou coragem, perdeu seus medos e passou a se divertir como qualquer criança.