A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou um documento científico no qual aponta a importância da autoestima entre crianças e adolescentes. “É fundamental capacitá-los para gostarem de si mesmos do jeito que são”, defende a neuropediatra Liubiana Arantes de Araújo, presidente do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da SBP.
Ela lembra que essa turminha anda muito exposta a estilos de vida inatingíveis — sobretudo nas redes sociais. “Assim, cria-se uma expectativa irreal seguida de frustração”, relata. A médica frisa que a autoestima é desenvolvida a partir de experiências do cotidiano. Se os pais não tiverem essa percepção, os pequenos podem se sentir desvalorizados, carregando os prejuízos disso em diversos âmbitos, por toda a vida.
Sem passar do ponto
No guia, a SBP ressalta que há a autoestima realista e a inflada. Ao contrário da primeira, essa última traz prejuízos, já que abre as portas para uma realidade paralela, em que o indivíduo se acha melhor em tudo. “Trabalhar a autoestima não significa elogiar a criança a qualquer custo”, diz Liubiana. A tônica é prepará-la para o sucesso e o fracasso.
Na medida
Como os pais podem ajudar a moldar uma autoestima realista
+ Hora de elogiar: Reconheça as vitórias e atitudes bacanas — mas sem incitar comparações e competitividade.
+ Diante do espelho: Mostre que as pessoas são bonitas dentro de suas diferenças. Não há padrões únicos nesse sentido.
+ Copo meio cheio: Se a criança acertou oito questões entre dez em uma prova, não fique focando nos erros.
+ Freio em expectativas: Cuidado para não exigir o impossível dos filhos. Se eles não correspondem, a autoestima cai ainda mais.