Em 2017, pesquisadores entrevistaram 1 628 jovens de 14 a 18 anos em uma escola no interior paulista. Na ocasião, descobriram que 38% dos alunos sentiam dor nas costas.
No ano seguinte, os estudiosos retornaram à instituição e falaram com a mesma turma. Além de notarem que a parcela com desconforto seguia com o problema, eles identificaram 10% de novos casos de dor.
O fisioterapeuta Alberto de Vitta, da Faculdade Eduvale de Avaré (SP), um dos autores do trabalho, conta que as queixas foram associadas ao uso de celular e tablet por mais de três horas ao dia — e em posturas inadequadas, isto é, na posição deitada de barriga para baixo e com os olhos perto demais do aparelho.
“Fico imaginando se voltássemos agora. Quantos jovens a mais não relatariam o problema?”, indaga.
“Além do tempo de tela, é preciso controlar melhor as posturas”, diz o fisioterapeuta.
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Para piorar, falta exercício
Se os mais novos andam exagerando nas horas dedicadas aos dispositivos eletrônicos, acaba sobrando menos tempo para mexer o corpo.
Só que a atividade física deve ter papel primordial na rotina da molecada, sobretudo nesse contexto de abuso tecnológico.
“Ela fortalece os músculos e ajuda o adolescente a manter a postura correta quando estiver fazendo atividades mais sedentárias”, justifica o professor Alberto de Vitta.
Agora, se o assunto passar batido, é bem provável que essa geração siga com dores até a fase adulta, resultando em anos com menos qualidade de vida.
Ao usar qualquer tela, é crucial manter a postura alinhada. Músculos fortes e mobiliário adequado ajudam nisso.