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Bactérias contra os gases do efeito estufa

A batalha frente ao aquecimento do planeta pode começar pelo solo. Os resultados são de experiências promissoras realizadas na Noruega

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 ago 2024, 08h55
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Pesquisa da Noruega propõe a utilização de bactérias para cortar as emissões de óxido nitroso (Ilustração: Artem_Egorov/Getty Images)
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Fertilizantes de nitrogênio apresentam um conjunto de benesses para a agricultura, incluindo aumento da produtividade, fortalecimento das plantações e melhor rendimento das culturas.

Por outro lado, estão associados a emissões de óxido nitroso (N₂O), um gás por trás do efeito estufa, que colabora para o aquecimento global. A ciência busca maneiras de driblar essa sinuca, até então tida como inevitável.

Pois uma pesquisa pioneira da Universidade Norueguesa de Ciências da Vida e do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados propõe a utilização de bactérias para cortar as emissões.

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A solução está em germes capazes de “consumir” o gás à medida que ele se forma no solo, evitando o escape para a atmosfera.

“Nos ensaios de campo descritos, 60% ou mais do óxido nitroso liberado no experimento controlado foi consumido pelas bactérias ao longo de diferentes fases de crescimento do cultivo”, detalha o cientista atmosférico Wilfried Winiwarter, um dos responsáveis pela inovação aplaudida mundo afora.

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Clique para ampliar (Ilustração: Artem_Egorov/Getty Images e Editoria de Arte/Veja Saúde)
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Winiwarter enfatiza que a estratégia segue o conceito de economia circular, que faz parte do desenvolvimento sustentável.

“O óxido nitroso dos solos representa cerca de 4% dos impactos antropogênicos dos gases com efeito de estufa. Se for possível remover mais de metade disso, potencial total do experimento, é algo bastante significativo”, pontua o cientista.

Os achados foram publicados no periódico Nature. Com os primeiros passos dados, a equipe estuda refinar a técnica para aumentar ainda mais os efeitos positivos.

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Dois caminhos

Enquanto a ciência realiza os seus progressos, a principal recomendação para contornar o problema é aumentar a eficiência no uso de fertilizantes nitrogenados pelas lavouras e pastagens.

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Para o doutor em agronomia Bruno Alves, pesquisador da Embrapa Agrobiologia, a chave está no uso racional dos produtos. “Significa melhorar a prática de fertilização entendendo qual fonte usar, quando, onde e quanto aplicar”, resume.

Dessa forma, menos fertilizante “sobra” no solo para ser transformado em N₂O pelos microrganismos. O uso de produtos misturados com inibidores de nitrificação vem ganhando adeptos e diminui as emissões do gás. Porém, essas substâncias têm efeito nos preços dos adubos.

“No Brasil, a utilização de inoculantes com microrganismos que modificam o crescimento das raízes pode ajudar aumentando a absorção do nitrogênio do solo pelas plantas, e com isso reduzir a produção de óxido nitroso”, afirma Alves, que é membro da Rede Clima e do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.

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