Revista em Casa: Assine a partir de R$ 10,99
Imagem Blog

Guenta, Coração

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Médicos, nutricionistas e outros profissionais da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) explicam as novas (e clássicas) medidas para resguardar o peito

Tratamentos dentários podem piorar ou desencadear doenças cardiovasculares

Entenda a relação entre a saúde bucal e o músculo cardíaco — e os cuidados para evitar que um interfira no outro

Por Frederico Buhatem Medeiros, odontologista*
17 Maio 2025, 07h00
dentista-pericoronarite-dor-de-dente
Pericoronarite pode dificultar a higiene bucal em função da dor (Lafayett Zapata Montero/Unsplash)
Continua após publicidade

Doenças cardiovasculares (DCVs) são responsáveis por 30% das mortes no Brasil e estão entre as principais causas de óbitos no mundo. Uma espécie de pandemia permanente cuja prevenção é a única “vacina” possível.

Evitar o agravamento ou os fatores de risco destas doenças é uma iniciativa que inclui também os dentistas: algumas patologias ou tratamentos odontológicos podem desencadear ou exacerbar as DCVs. Afinal, estima-se que 45% das enfermidades cardíacas e 36% das fatalidades delas derivadas comecem pela cavidade bucal.

A conexão dente-coração acontece via corrente sanguínea. As bactérias e outros agentes inflamatórios originários da boca migram para o sistema cardiovascular, em processo conhecido por bacteremia.

A doença periodontal inflamação crônica dos tecidos que suportam os dentes é um exemplo que tende a impactar o músculo cardíaco. Ela causa sangramentos na boca, em especial após escovações dentárias, e pode ser um fator primordial para a perda de dentes.

Pacientes que apresentam este diagnóstico têm 5,3 vezes mais probabilidade de desenvolver DCVs.

A endocardite infecciosa – infecção das válvulas do coração que ocasiona complicações graves, incluindo insuficiência cardíaca – pode ser uma consequência cardiovascular da doença periodontal e resultar em altas taxas de morbidade e mortalidade.

Continua após a publicidade

Ela desencadeia uma resposta inflamatória sistêmica, podendo favorecer a formação de placas ateroscleróticas nas artérias, um dos relevantes fatores de risco para infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

+Leia também: Cuidando do coração na cadeira do dentista

Orientações

A fim de fornecer diretrizes práticas, sobretudo na abordagem de portadores de DCVs, um grupo de cirurgiões-dentistas produziu um artigo para orientar colegas da área.

Recentemente publicado na Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – Socesp, a revisão integrativa Recomendações Odontológicas para Tratamento Endodôntico em Pessoas com Doenças Cardiovasculares traz evidências atuais sobre a relação entre os dois tópicos.

O trabalho alerta para a importância da avaliação clínica e radiográfica minuciosa antes de iniciar os procedimentos endodônticos, conhecidos por tratamento de canal. A anamnese, bem como a interatividade com o cardiologista que acompanha o paciente, são etapas fundamentais para a segurança de ambas as partes.

Continua após a publicidade

Ao identificar cardiopatias, os cuidados especiais devem ser redobrados: estratégias para o controle de ansiedade, gestão do tempo de consulta, indicação de profilaxia antibiótica, manejo de sangramento e controle da dor durante e pós-operatória, bem como, possíveis, sem interações medicamentosas, são fatores essenciais para evitar o estresse e um bom andamento do caso.

O artigo reforça a preocupação no atendimento daqueles com hipertensão arterial sistêmica. Tais pacientes podem ter picos de estresse físico e emocional no atendimento odontológico, capazes de gerar alterações pressóricas significativas.

O uso de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes durante a terapia odontológica sempre foi motivo de apreensão. Porém, estudos atuais recomendam a não suspensão dos medicamentos para procedimentos odontológicos, considerados como de baixo risco de sangramento. Isso porque a chance de eventos tromboembólicos supera o de hemorragia transoperatória.

+Leia também: Sem medo dos anticoagulantes na cadeira do dentista

Ao se munir de informações preliminares, incluindo histórico médico e odontológico, principais queixas e lista de medicamentos utilizados, o profissional amplia as condições tanto para obter sucesso como para minimizar ocorrências cardiovasculares, que começam ou agravam justamente onde muitos têm receio de estar: na cadeira do dentista.

Continua após a publicidade

Destaque em congresso

A interrelação entre odontologia e doenças cardiovasculares também será pauta no próximo Congresso da Socesp, que acontece nos dias 19, 20 e 21 de junho, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

E esse tema será amplamente debatido por cirurgiões dentistas e cardiologistas durante os três dias do evento.

* Frederico Buhatem Medeiros é odontologista, assessor científico do Departamento de Odontologia da SOCESP e um dos autores da revisão integrativa publicada na Revista da SOCESP

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.