O Ministério da Saúde acabou de publicar e divulgar um novo manual para profissionais de saúde identificarem casos suspeitos de demência. O material é voltado à atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS).
Isto deixa claro a política do governo em rastrear o problema, sendo que a grande maioria dos casos está sem diagnóstico. E vem em consonância com projetos internacionais de diagnóstico precoce e tratamento oportuno de demência.
Por isso, ao procurar atendimento médico, é fundamental a pessoa ou o acompanhante mencionar se está tendo alguma redução no padrão de memória. Com esta queixa apresentada, o médico pode (e deve) aplicar o questionário 10-CS para rastreamento de demência.
Este questionário é simples, prático e de aplicação rápida. Demora algo em torno de 3 minutos e o profissional de saúde pode fazer o download clicando aqui.
Vale lembrar que quadros demenciais podem passar despercebidos em fases mais precoces, porém é justamente nesta etapa que há uma grande janela de oportunidade de tratamento. Daí a necessidade do rastreamento.
No consultório de diversas especialidades
Dentre os fatores de risco para demência podemos citar idade avançada, obesidade, diabetes, pressão alta, colesterol alterado, déficits de visão e de audição, história de quadros demenciais na família etc.
As pessoas com as características acima estão nos consultórios dos clínicos gerais, cardiologistas, endocrinologistas, geriatras, hepatologistas e claro, neurologistas e psiquiatras. É fundamental que a memória seja pauta das consultas de aacompanhamento dessas condições.
Não há neurologistas suficientes no Brasil para resolver o desafio do subdiagnóstico de demência. Por isso o rastreamento deve ser feito por diferentes áreas médicas.
Vale destacar que a sugestão de déficit de memória pelo questionário não significa necessariamente que a pessoa tem demência. Isto pode estar relacionado a situações comuns, como privação de sono, síndrome da apneia do sono, hipotireoidismo, depressão, déficit de atenção etc.
Por isso, após um rastreamento que dê positivo, novos exames e maior aprofundamento devem ser feitos para detectar a causa.
Converse com seu médico e não deixe de abordar a memória na sua próxima consulta de rotina.