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O Futuro do Diabetes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Aprovado o primeiro remédio que retarda o surgimento do diabetes tipo 1

Agência regulatória americana dá aval a tratamento preventivo inédito contra a versão autoimune da doença. O que esperar dele?

Por Carlos Eduardo Barra Couri
22 nov 2022, 08h48

O último dia 17 de novembro entrou para a história do diabetes. O FDA, a Anvisa dos Estados Unidos, aprovou uma terapia inédita para a prevenção e o retardo do surgimento do diabetes tipo 1.

Trata-se de um medicamento chamado teplizumabe, destinado a pessoas que possuem maior risco de desenvolver a doença.

O diabetes tipo 1 é uma condição autoimune, ou seja, o próprio sistema imunológico passa a agredir as células do pâncreas que produzem a insulina. Com a queda no fornecimento desse hormônio, os níveis de glicose se elevam no sangue.

O tratamento clássico é composto de várias aplicações de insulina no dia a dia, junto com a monitorização da glicose e a adoção de hábitos saudáveis.

E a novidade? O teplizumabe é um medicamento injetado na veia que deve ser administrado uma vez ao dia durante duas semanas consecutivas. Ele impede parcialmente a escalada de agressão do sistema imune diante das células produtoras de insulina.

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Para validá-lo, um estudo avaliou 76 pessoas que apresentavam glicose em nível de pré-diabetes e também a presença de anticorpos contra as células do pâncreas detectáveis no sangue. A maioria desses pacientes tinha entre 8 e 18 anos. Boa parte possuía familiares com diabetes tipo 1.

Durante o seguimento de cerca de três anos, 43% dos voluntários que receberam o teplizumabe desenvolveram diabetes tipo 1 versus 73% daqueles que não receberam a medicação. Houve um retardo médio de cerca de dois anos no diagnóstico de diabetes tipo 1.

Infelizmente, não podemos afirmar que haverá uma prevenção total na ocorrência da doença naqueles indivíduos com maior risco. Mas, sim, pode haver um retardo significativo no surgimento do diabetes. Isso é especialmente importante para crianças: é mais complicado fazer a aplicação de insulina diariamente em crianças de 9, 10 anos…

Por ser um imunossupressor, o teplizumabe tem efeitos colaterais que exigem olho vivo, como redução transitória de glóbulos brancos no sangue, manchas na pele e maior suscetibilidade a infecções. Além disso, quem recebe o medicamento não pode tomar vacinas de vírus vivo ou de RNA no curto prazo.

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Ainda não há previsão de aprovação e comercialização dessa terapia no Brasil, mas abre-se uma avenida a ser trilhada na prevenção e no controle do diabetes tipo 1.

Nosso país tem uma história de pioneirismo no tratamento do diabetes de origem autoimune. Uma equipe de pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, da qual tenho a honra de fazer parte, foi a primeira no mundo a testar o reset imunológico com altas doses de quimioterapia seguido do transplante de células-tronco da medula óssea do próprio paciente. Mais de 90% dos voluntários ficaram livres de insulina por um tempo médio de seis anos após a intervenção.

Em 2022, durante o congresso médico Endodebate, foi lançada a pesquisa PRE1BRAZIL, que irá testar o efeito de um comprimido diário na prevenção e no retardo do diabetes tipo 1. Liderado pelo endocrinologista Renan Montenegro Jr., da Universidade Federal do Ceará (UFC), esse trabalho inédito começou a avaliar um medicamento que já está no mercado, a alogliptina, em pessoas com maior risco de desenvolver a doença.

A perspectiva é que esse tratamento via oral, com uma droga já conhecida e usada, consiga postergar, de forma mais simples e segura, o aparecimento do diabetes tipo 1. Quanta notícia boa!

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