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Dor de ouvido em criança: quando se preocupar?

Uma queixa comum em prontos-socorros, a otalgia merece atenção especial – principalmente quanto à localização exata da dor e os sintomas associados

Por Felipe Monti Lora
14 dez 2023, 18h13
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Avaliações do ouvido de crianças são importantes. (Foto: CDC/Unsplash/Divulgação)
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Otalgia é o nome da dor de ouvido em “medicinês”. Segundo dados da Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica, cerca de 80% das crianças apresentarão, pelo menos, uma crise de dor de ouvido até os 3 anos de idade. 

Muitas vezes a criança até consegue apontar o ouvido ou falar que a dor vem dali. Mas, por ser uma estrutura sensível e complexa, é preciso saber qual parte do ouvido foi acometida para o tratamento adequado. E isso, só com uma avaliação médica.

Crianças que ainda estão amamentando (lactentes) na maior parte das vezes têm acometimento da parte média da orelha, a porção para dentro da membrana timpânica, que se comunica com o fundo da garganta. Por isso não devem tomar líquidos deitados em posição totalmente horizontal! 

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Já nas crianças maiores e adolescentes, a otalgia aponta mais comumente para otite externa (porção para fora da membrana timpânica), infecções de garganta e até problemas de articulação da mandíbula. A prática de atividades aquáticas aumenta o risco de otite externa.

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Um sinal que chama a atenção de todos é a drenagem. A saída de secreção pelo canal auricular assusta, mas, na ausência de quadros de trauma (da cabeça ou corpo estranho enfiado no local), não deve trazer um desespero de urgência. 

+Leia também: Pingar água oxigenada no ouvido ajuda a combater gripe e otite?

Se a dor melhorar após a saída da secreção, provavelmente a membrana timpânica rompeu e está saindo o “pus” que causa a infecção, por exemplo. Esse fato aumenta o nível de atenção, pois deve requerer uso de antibiótico e proteção física contra entrada de água. Além disso, requer acompanhamento com especialista sobre a reconstituição da membrana. 

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Mais importante que a drenagem pode ser a presença de febre. Se ela persiste por dias ou retorna ao quadro clínico da criança, pode significar doença invasiva, como mastoidite ou meningite. Nesse caso, outros sinais podem ser observados. Entre eles: 

  • Vômitos
  • Fortes dores de cabeça ou atrás das orelhas
  • Vermelhidão e calor local
  • Lesões de pele

Uma boa triagem de sinais vitais na chegada ao pronto socorro infantil ajuda na identificação desses quadros mais perigosos.

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A tabela abaixo demonstra quão diversas são as possibilidades de doenças que uma otalgia pode estar presente:

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Clique para ampliar a imagem (Arte/Design: Bruno Valiante/Divulgação)

Dessas, a principal doença vista pelos pediatras é a otite média aguda. Uma infecção do canal auditivo causada em geral por vírus ou bactérias, que pode ser autolimitada (melhorar por conta própria) ou requerer o uso de antibiótico. 

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O diagnóstico pode ser feito pelo exame físico (otoscopia) de um profissional médico habituado a examinar crianças, e muito raramente exames complementares são necessários. Em algumas situações, essas infecções se repetem e a avaliação de um otorrinolaringologista infantil é o ideal para se definir se há necessidade de um procedimento cirúrgico. 

Além das infecções, requerem atenção o acúmulo de cera, lesões no ouvido ou tímpano e presença de corpos estranhos que podem causar.

 

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