Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99
Imagem Blog

Em primeira pessoa

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Numa parceria com o CDD (Crônicos do Dia a Dia), esse espaço dá voz a pessoas que vivem ou viveram, na própria pele, desafios e vitórias diante de uma doença crônica, das mais prevalentes às mais raras

“Depois do parto, descobri que o câncer tinha se espalhado pelo meu corpo”

Julia Maués descobriu que tinha câncer enquanto estava grávida, e vive há mais de uma década com uma doença metastática. Confira seu relato

Por Julia Maués, ativista*
7 jun 2025, 05h00
julia-maues
Julia Maués ressignificou sua experiência com o câncer (itsnot.pink/Reprodução)
Continua após publicidade

Sou brasileira, mas moro fora do Brasil desde 2002. Em 2013, durante a gestação, aos 29 anos, encontrei um caroço no seio. Recebi o diagnóstico de câncer de mama HER2+ e comecei a quimioterapia ainda grávida.

Meu filho nasceu cheio de saúde. Ver aquele bebê forte, com tanto cabelo mesmo depois da quimioterapia, trouxe uma alegria difícil de descrever. A placenta fez seu trabalho: protegeu ele como a gente esperava.

Pouco depois do parto, descobri que o câncer já tinha se espalhado por todo o meu corpo. A partir dali minha vida mudou completamente. Deixei meu trabalho como economista para focar no tratamento e em estar com o meu filho.

Desde então, sigo em tratamento — enfrentando efeitos colaterais duros e, ao longo dos anos, algumas complicações no caminho, como um problema no coração causado pela toxicidade dos medicamentos. Mas vivo há mais de uma década com câncer metastático. E sigo porque tive acesso aos tratamentos mais novos, com equipes excelentes e um bom seguro de saúde.

Todos os medicamentos que usei só existem porque um dia foram estudados em pesquisa. Antes de terem nome, eram apenas números em protocolos de pesquisa. Estar viva hoje é um resultado direto do avanço da ciência.

Continua após a publicidade

+Leia também: Por que os casos de câncer em jovens não param de crescer?

Com o tempo, me tornei defensora da ideia de que o paciente precisa ser parte ativa das decisões sobre seu tratamento. E que qualidade de vida importa tanto quanto eficácia. Isso é ainda mais importante em doenças crônicas como o câncer metastático, onde o tratamento nunca acaba.

É por isso que admiro tanto o trabalho do Instituto Projeto Cura. Trata-se de uma instituição de vanguarda, sem fins lucrativos, criada em 2016, que se dedica a conscientizar a sociedade sobre os benefícios das pesquisas clínicas e a endereçar a sua importância para avanços no tratamento do câncer — um tema essencial para a saúde pública e a qualidade de vida da população do Brasil e da América Latina.

Se eu continuo viva hoje, é por causa da ciência. Mas, se eu continuo vivendo de verdade, com autonomia e dignidade, é porque aprendi a participar das decisões sobre meu cuidado. E as pessoas vivendo com câncer no Brasil também têm esse direito.

Continua após a publicidade

*Julia Maués tem 41 anos e vive nos Estados Unidos. É ativista da causa do câncer de mama metastático

Compartilhe essa matéria via:

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRILDAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.