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Retração da gengiva: por que ela é cada vez mais comum

Profissional esclarece o que é essa condição, por trás de sensibilidade e lesões nos dentes, e o que está ao nosso alcance para preveni-la e controlá-la

Por Dra. Luciana Vianna, cirurgiã-dentista*
Atualizado em 23 mar 2019, 11h08 - Publicado em 23 mar 2019, 11h08
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  • A retração da gengiva, também conhecida como recessão gengival, é uma das condições mais prevalentes na população. Estima-se que metade dos cidadãos mundo afora, entre 18 e 65 anos de idade, tenha pelo menos um dente acometido por ela. Também se calcula que uma em cada três pessoas com mais de 30 anos apresenta pelo menos dois dentes com o problema.

    Na retração, há uma redução do espaço de cobertura do dente pela gengiva, o que o deixa mais exposto. Observamos que esse fenômeno se torna cada vez mais frequente, muito por causa do envelhecimento da população. No entanto, já adianto que outros fatores pesam bastante nessa história. 

    Existem vários tipos de retração da gengiva.  Sua localização e profundidade determinam um pior ou melhor prognóstico e o plano de tratamento.

    Causas e consequências

    Entre os motivos mais comuns que contribuem para o surgimento e a progressão da retração gengival estão o uso inadequado de escovas ou técnicas de escovação mal executadas. Dentes mal posicionados e a espessura da gengiva e do tecido ósseo (se muito fino, mais fácil de ser reabsorvido) também corroboram a situação. 

    A utilização de aparelho ortodôntico e restaurações ou margens de próteses mal adaptadas são outras razões que favorecem ou agravam o problema. Pessoas que apresentam ou apresentaram doenças periodontais (gengivite e periodontite) e que, após o tratamento, tiveram recessão gengival, devem redobrar a atenção para evitar a piora do quadro. 

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    Dependendo do local e de sua extensão, a retração é muito mais do que uma questão estética: prejudica até a alimentação. Isso porque a exposição à raiz do dente eleva a sensibilidade, principalmente a alimentos frios ou pastosos. O comprometimento também eleva o risco de cáries e de lesões como erosão e abrasão dentária. 

    O que fazer?

    O uso correto da escova, sem pesar a mão na higiene dos dentes, e visitas periódicas ao dentista estão entre as medidas para prevenir a retração da gengiva.

    Para quem já apresenta o problema, a primeira indicação é fazer o controle e a manutenção com o profissional. Em casos de recessão muito extensa associadas a desgastes e lesões nos dentes, pode ser necessário realizar o tratamento endodôntico (o popular canal).  Se a causa para a recessão não for interrompida, existe o risco de o paciente perder o dente. Para evitar uma situação dessas, recomendamos a avaliação de um dentista especializado em periodontia. 

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    Em alguns casos, a correção cirúrgica deve ser considerada, especialmente se existe a possibilidade de evolução do processo ou quando a estética fica muito comprometida. Técnicas modernas de reconstrução de tecido ou de aumento de volume da gengiva são bem-vindas nesse contexto.

    É importante destacar que o diagnóstico e o tratamento adequado da retração gengival são feitos no consultório odontológico. Com a observação e as orientações periódicas, fica mais fácil prevenir e controlar o problema. 

    * Dra. Luciana Vianna é cirurgiã-dentista e membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

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