Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Uso de paracetamol na gravidez pode trazer riscos ao feto

Efeitos do medicamento nesse contexto ainda não são totalmente elucidados pela ciência

Por Bruna Pitaluga, obstetra*
Atualizado em 17 abr 2023, 14h21 - Publicado em 16 abr 2023, 09h31

É muito comum o uso de paracetamol durante a gestação, para aliviar a dor e reduzir a febre. Entretanto, ainda há muitas dúvidas da ciência sobre seus possíveis efeitos colaterais tanto para a mãe quanto para o feto.

Estudos sugerem que mais de 65% das gestantes utilizam o medicamento em algum momento da gravidez nos EUA. Isso se deve, em parte, à crença de que ele é um fármaco seguro e sem riscos.

O paracetamol atua tanto no sistema nervoso central quanto no periférico. E, durante a gravidez, ocorrem alterações no metabolismo do paracetamol que podem tornar a gestante e seu feto mais vulneráveis a efeitos tóxicos.

+ Leia também: Paracetamol deve ser usado com cautela na gestação, alertam pesquisadores

Por exemplo: o composto é rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal e atinge a concentração máxima no plasma em cerca de 30 minutos após a ingestão. Depois, é metabolizado no fígado e excretado principalmente pelos rins.

Durante a gestação, há um aumento no volume plasmático (a quantidade de plasma circulando no sistema circulatório) e na filtração glomerular (o sistema de filtração do sangue dentro dos rins), o que pode afetar a farmacocinética (a forma como age um medicamento) do paracetamol.

Continua após a publicidade

Na população em geral, em casos raros, o uso de paracetamol pode levar a hepatotoxicidade, especialmente em pessoas com doença hepática preexistente. Ele é a principal causa de insuficiência hepática aguda no mundo em adultos.

Outros efeitos colaterais relatados incluem náusea, vômito, dor abdominal, diarreia e reações alérgicas.

Possíveis efeitos colaterais do paracetamol para o bebê

A placenta é um órgão importante na gravidez, responsável por fornecer nutrientes e oxigênio ao feto. Mas ela também pode permitir a passagem de vírus, bactérias, toxinas e medicamentos.

Portanto, o uso de remédios durante a gravidez envolve uma avaliação de risco e benefício, na qual há uma avaliação entre os benefícios potenciais para a mãe e o feto e os possíveis riscos para o feto.

+ Leia também: Erros e acertos ao tomar remédios

Continua após a publicidade

Sabe-se que o paracetamol atravessa prontamente a barreira placentária e hematoencefálica, que “isola” o cérebro do resto do corpo.

Um corpo crescente de pesquisas experimentais e epidemiológicas sugere que a exposição pré-natal ao paracetamol pode alterar o desenvolvimento fetal, o que, por sua vez, elevaria os riscos de certos distúrbios neurológicos, reprodutivos e urogenitais.

Um estudo recente sugere que o uso prolongado de paracetamol durante a gestação pode estar associado a um aumento do risco de transtornos do espectro autista (TEA) e transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na prole.

É preciso lembrar que a gestação é um evento fisiológico, programado metabolicamente para manter a integridade da mãe e do bebê. Portanto, diante de qualquer sintoma adverso, como dor, a gestante deve ser avaliada pelo médico obstetra.

A prescrição de medicamentos é de responsabilidade do profissional que acompanha o pré-natal.

Continua após a publicidade

* Dra. Bruna Pitaluga é médica obstetra formada pela Universidade de Brasília – UnB, com mais de 20 anos de experiência profissional. Possui especialização em medicina funcional, pelo Instituto de Medicina Funcional (EUA) e é pós-graduada em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.