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Há muita vida após a traqueostomia em crianças

No Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, médica conta como o acompanhamento especializado permite a retomada das atividades com qualidade de vida

Por Saramira Cardoso Bohadana, otorrinolaringologista*
18 fev 2022, 10h57

Liberar as vias aéreas, permitindo a respiração, é o objetivo da traqueostomia. Nesse procedimento, criamos uma rota alternativa para estabelecer a respiração de pacientes com alguma obstrução à passagem de ar na laringe.

Na infância, a traqueostomia pode ser necessária na intubação de bebês na UTI neonatal ou em crianças mais velhas com alguma doença neurológica, como epilepsia e paralisia cerebral.

Nos casos mais graves de obstrução à passagem do ar, o pequeno chega a apresentar um conjunto de sinais e sintomas que evidencia o comprometimento das vias aéreas: ruído e desconforto respiratórios, coloração arroxeada dos lábios e dos dedos, palidez, sudorese, apatia e taquicardia.

No mês em que chamamos a atenção para o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, o Sabará Hospital Infantil, em São Paulo, comemora mais de 100 crianças que foram tratadas e felizmente retiradas da traqueostomia. Esse trabalho de sucesso é fruto do nosso Programa Aerodigestivo. E quero compartilhar um pouco da nossa experiência.

+ Leia também: Nem toda epilepsia é igual

Pela nossa casuística, de cada 100 crianças intubadas em UTI, pelo menos duas precisam fazer uma traqueostomia para dar continuidade ao tratamento.

Existem poucos serviços no Brasil especializados nessa abordagem para a infância, o que a torna uma demanda de saúde pública. No país, entre 20 e 30% das crianças com traqueostomia acabam falecendo por falta de assistência ou perda acidental da cânula, que leva à criança à morte imediatamente. Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade é inferior a 20%.

Entretanto, o número de crianças tratadas e curadas da traqueostomia tem aumentado ao longo dos anos. Das 114 acompanhadas em nosso programa, 95% estão com o pescocinho livre e, aos poucos, retomam suas atividades do dia a dia.

Para que tenhamos êxito nesse processo todo, uma equipe multiprofissional – composta por pneumopediatra, gastropediatra, fonoaudióloga, nutróloga, otorrinolaringologista e cirurgião de vias aéreas – faz diferença. Não só para as crianças que necessitam do procedimento, mas também para aquelas com algum grau de dificuldade de respiração e deglutição.

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A traqueostomia tem um grande impacto na vida da criança e da família. Interfere nas esferas social, física e psicológica do pequeno e impõe mudanças e dificuldades ao seu entorno de familiares e cuidadores. O pescocinho livre traz para todos os envolvidos uma oportunidade de ter uma vida normal e de ressocializar em qualquer ambiente (praia, parque, piscina…).

As crianças aprendem ou reaprendem a falar, o que é uma limitação importante quando se respira pela traqueostomia. Quando esta é retirada, então, o que elas mais gostam é de ouvir os seus gritos e gargalhadas.

* Saramira Cardoso Bohadana é otorrinolaringologista e coordenadora do Programa Aerodigestivo do Sabará Hospital Infantil

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