Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Testar, testar e testar! Mas estamos falando de dengue

Doença atinge números alarmantes no país. E exames podem fazer toda a diferença para o controle desse problema de saúde pública

Por Melissa Valentini, infectologista*
Atualizado em 8 Maio 2023, 18h29 - Publicado em 20 fev 2023, 09h06
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A dengue é endêmica no Brasil. Ou seja, um problema de saúde pública que requer grande atenção para atingir um controle efetivo.

    A cada três ou quatro anos, presenciamos surtos da doença no país. E dados do Ministério da Saúde apontam que foram registrados mais de mil óbitos decorrentes da dengue em 2022 e um total de 1,4 milhão de prováveis casos.

    Falamos “prováveis” porque a maior parte dos diagnósticos é clínica, isto é, o médico o estabelece de acordo com o histórico, os sintomas e o exame físico do paciente. Testamos poucos pacientes para dengue, e a interpretação dos exames de sangue pode ser complexa, exigindo o apoio de especialistas para analisá-los. Para complicar, tivemos desabastecimento de kits de diagnóstico durante um bom período do ano passado.

    Essa é uma realidade que precisamos mudar urgentemente. A certeza do diagnóstico permite um monitoramento dos casos na comunidade e, consequentemente, o direcionamento das ações do poder público para redução dos focos do mosquito transmissor da dengue.

    A investigação laboratorial é fundamental, ainda, para a identificação dos sorotipos virais circulantes em cada cidade. Um dado de extrema relevância para a vigilância epidemiológica.

    Continua após a publicidade

    + ASSISTA: Médica explica o que é a dengue em 90 segundos

    A dengue é uma doença viral aguda. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes. Por isso, uma mesma pessoa pode ser infectada pelo vírus mais de uma vez. E a segunda infecção é potencialmente mais grave.

    Os períodos de maior transmissão são os meses chuvosos, visto que o acúmulo de água parada propicia a proliferação do mosquito e maior disseminação da doença.

    Os principais sintomas da dengue são: febre alta, dores no corpo, nas articulações e atrás dos olhos, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo.

    Continua após a publicidade

    Mas outras doenças transmitidas pelo mesmo mosquito, como zika e chikungunya, têm quadros clínicos semelhantes e, na maioria das vezes, a diferenciação só pode ser confirmada com testes laboratoriais. A confusão no diagnóstico pode ser prejudicial e atrasar o início de um tratamento adequado para cada uma das enfermidades.

    Presença de dor abdominal intensa, vômitos persistentes, prostração, queda da pressão e hemorragias são sinais indicativos de dengue grave. A avaliação médica tem de ser imediata. O período mais crítico da doença ocorre entre o 3º e o 7º dia após o início dos sintomas. A conduta correta diante do paciente é imprescindível para reduzir a mortalidade pela infecção.

    Em caso de suspeita ou confirmação de dengue, alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios, devem ser evitados, porque podem provocar o agravamento da doença.

    Continua após a publicidade

    O diagnóstico pode ser realizado através da detecção do material genético do vírus, pela técnica RT-PCR ou da pesquisa do antígeno NS1 no sangue, nos primeiros cinco dias de sintomas.

    Já após o 7º dia, a pesquisa de anticorpos IgM e IgG pode ser utilizada para identificar a doença. A pesquisa de anticorpos e a de NS1 podem ser realizadas por testes rápidos ou convencionais. Exames de biologia molecular e sorologia também estão disponíveis para diagnóstico de zika e chikungunya.

    Uma coisa é fato: as ferramentas estão à nossa disposição. Precisamos entender a importância delas e usá-las para subsidiar políticas de controle epidemiológico para que sejam efetivas.

    Continua após a publicidade

    As lições da Covid-19 nos mostraram que, no controle de doenças infecciosas, devemos ampliar a testagem para planejar e agir prontamente.

    Compartilhe essa matéria via:

    * Melissa Valentini é infectologista do Grupo Pardini

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.