Teleatendimento para democratizar o acesso à odontologia e à medicina
Ampliar acesso da população a consultas e assistência à saúde a distância é uma necessidade inescapável na agenda brasileira
Estamos prestes a completar dois anos de pandemia. São mais de 700 dias enfrentando desafios diários, nos adaptando a uma nova realidade e, devido ao medo do contágio e às restrições, sofrendo com o agravamento de outras doenças que ficaram em um segundo plano, tantas vezes ingenuamente.
Nesse tempo, consultórios odontológicos e médicos se esvaziaram, muito embora os problemas na boca e no resto do corpo não tenham diminuído.
Mesmo redobrando os cuidados de higiene e seguindo todos os protocolos de segurança, em um momento de instabilidade econômica, grande parcela da população teme ainda sair de casa e reduziu sua frequência na busca por atendimento, o que abre caminho a sérios danos à saúde.
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É nesse momento crucial, em que mais e mais pessoas sofrem por não ter a orientação profissional correta, o acompanhamento de qualidade e as opções seguras e adequadas de tratamento odontológico ou médico, que a tecnologia e a inovação se mostram vitais para democratizar o acesso à saúde. Nas crises também surgem grandes iniciativas.
Estamos vendo em 2022 que é cada vez mais possível utilizar esses recursos e avanços para fazer o bem. Além da telemedicina, hoje já contamos com a odontologia online, que consiste em atendimentos personalizados à distância, via celular ou computador, e é uma realidade palpável aos brasileiros.
Essa é uma tendência que devemos abraçar e capaz de viabilizar mais triagens, diagnósticos e acompanhamento no tratamento.
A telessaúde não é mais futuro, já se faz presente e ajuda a desafogar postos de saúde, pronto-socorros, leitos hospitalares. Antecipa curas e salva vidas. Por isso, investir em projetos populares que ligam médicos e dentistas aos pacientes é mais que necessário. A dor, de dente ou em outro lugar, não pode esperar.
Muitas instituições já detêm tecnologia ao alcance de todos, só que boa parte da população não tem acesso a ela. Todo mundo que já sentiu dor ou outro desconforto sabe como é ruim não ter orientação e assistência.
* Marcelo Schettini é cirurgião-dentista, fundador e idealizador da Instituição SOS Dental Social