Setembro é o mês escolhido para chamarmos ainda mais atenção de todos sobre a importância da prevenção dos problemas cardiovasculares. As doenças do coração e dos vasos sanguíneos são atualmente as principais causas de morte no Brasil, especialmente o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC), responsáveis por 300 mil óbitos por ano. Com o Setembro Vermelho, destacamos ações e atitudes para mudar esse cenário.
Ter uma rotina saudável, evitar e controlar fatores de risco cardiovascular e buscar o equilíbrio emocional são o suficiente para reduzir em torno de 50% dos casos de infarto e AVC. Como cardiologista, defendo que o coração deve ser lembrado por nós diariamente como uma parte nobre do corpo, aquela responsável por levar sangue e vida a todos os órgãos e tecidos. Nosso coração bombeia em torno de 9 mil litros de sangue por dia!
A saúde do músculo cardíaco e das artérias depende de hábitos e comportamentos como a prática regular de atividade física, a adoção de uma alimentação balanceada, a busca de um sono reparador, a realização do check-up médico anual e a procura de assistência adequada havendo qualquer necessidade ou suspeita de algo estranho.
Quando se desconfia de algum problema agudo no coração, poucos segundos podem ser suficientes para que o órgão seja danificado de forma irreversível. Por isso, diante de qualquer sintoma ou suspeita de infarto, o indivíduo deve ser levado a um centro médico para que possamos identificar e intervir quanto antes.
No entanto, muito melhor do que detectar e tratar uma doença cardíaca aguda é prevenir para que ela não aconteça.
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Já é de conhecimento público que a Covid-19 aumentou o risco de pessoas evoluírem com algum tipo de problema cardiovascular nos próximos meses ou anos após a infecção. Portanto, devemos dar ainda mais atenção ao coração e focar nos cuidados preventivos.
Manter a saúde cardiovascular não é tarefa complicada. Medidas relativamente simples ajudam a evitar os perigos. Me refiro ao controle da pressão arterial, dos níveis de açúcar no sangue e das taxas de colesterol; da prevenção e do tratamento da obesidade; da prática de exercícios e de uma dieta equilibrada; do combate ao tabagismo; e do enfrentamento do estresse e das doenças psiquiátricas.
Outro fator que influencia diretamente o bem-estar do coração é a qualidade do sono. É crescente o número de pacientes que se queixam de dificuldade para dormir, seja pelas poucas horas reservadas ao sono, seja pela falta de um sono reparador. Acontece que noites mal dormidas desencadeiam uma série de eventos no organismo, como desregulação hormonal, queda da imunidade, problemas de concentração, aumento da gordura abdominal e inclusive maior risco de infarto e AVC.
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Para se ver livre dessas ameaças, o leitor deve parar e responder mentalmente: estou com meus exames em dia? Quando foi a última vez que vi as taxas de colesterol e glicose no sangue? Há quanto tempo não meço a pressão? Estou reservando um tempo para algum tipo de exercício? Fiz alguma atividade prazerosa na última semana?
Se por um acaso respondeu “não” para alguma das perguntas anteriores, é hora de rever alguns hábitos na sua vida.
Aproveite esse mês de setembro para cuidar mais do seu coração. Coloque o check-up em dia, alimente-se melhor, passe a se exercitar e cuide do sono e da mente. Zele pelas suas emoções, tenha fé, pratique o otimismo e o bom humor, ouça mais música e reserve um tempo para relaxar de verdade. Tudo isso reduz a ameaça de um infarto e aumenta as chances de você ser feliz.
* Roberto Kalil é cardiologista, diretor de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês (SP) e presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração (InCor)