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Quando o diabetes prejudica a fertilidade – e como evitar

Tanto o tipo 1 quanto o tipo 2, se não controlados, dificultam a gestação

Por Fernando Prado, ginecologista, e Marcella Garcez, nutróloga*
11 set 2022, 11h08
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  • O Brasil é o quinto país no mundo em incidência de diabetes, uma doença que pode provocar inúmeros transtornos, inclusive perda de fertilidade. Diabetes é um termo genérico para condições que envolvem níveis elevados de açúcar no sangue.

    Apesar de diferentes, tanto o diabetes tipo 1, caracterizado pela deficiência na produção de insulina, quanto o tipo 2, em que há resistência à atuação da insulina, podem dificultar a concepção de um bebê.

    O tipo 2 é o mais comum e é capaz de promover uma deficiência hormonal na mulher, além de ciclos menstruais irregulares, o que favorece a infertilidade. No caso do tipo 1, órgãos endócrinos como os ovários podem ser prejudicados.

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    Já no homem, a doença às vezes reduz os níveis de testosterona, o que dificulta a fabricação e maturação de espermatozoides. Além disso, pode ocorrer uma queda significativa do volume do sêmen e piora na motilidade dos espermatozoides. São todos fatores que comprometem a fecundação e inclusive aumentam o risco de um embrião com má formação e aborto.

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    O controle medicamentoso da doença, aliado a hábitos saudáveis, aumenta as chances de gravidez. Quanto antes o diabetes for tratado, menor o risco de desenvolver problemas metabólicos que interfiram na fertilidade.

    +Leia também: O que precisa ser feito para domar o diabetes tipo 2 no Brasil?

    Pacientes diagnosticados com o que ficou conhecido como “pré-diabetes” também devem se preocupar. Nesse caso, a modificação intensiva do estilo de vida continua sendo a melhor maneira estratégia: é necessário melhorar hábitos alimentares, incluir exercícios físicos, dormir bem e evitar alcoolismo e tabagismo.

    Quanto à dieta para a melhora da condição do pré-diabético e controle do diabetes, o ideal é limitar o consumo de calorias, carboidratos simples (como açúcares e farináceos refinados), gorduras, sal, alimentos ultraprocessados e bebidas alcoólicas.

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    É recomendado consumir mais carboidratos complexos, aqueles que têm maior quantidade de fibras, proteínas (preferencialmente magras) e gorduras saudáveis – nutrientes responsáveis por diminuir os picos de glicose no sangue. Exemplos de alimentos com alta quantidade de fibras são frutas (as vermelhas, as cítricas, abacate, mamão, ameixa, pera, maça e banana), vegetais (agrião, alface, abóbora, aipo, aspargo, beterraba), grãos (arroz integral e aveia) e leguminosas (feijão e ervilha).

    Mesmo com todos os cuidados, muitos casais em que um dos parceiros tem diabetes tipo 2 precisam recorrer a um especialista em reprodução assistida. Eles também precisam de um acompanhamento ginecológico pré-natal personalizado para minimizar o risco de outros problemas metabólicos para a mãe e que afetam o desenvolvimento saudável do bebê.

    *Marcella Garcez é médica nutróloga, mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. Fernando Prado é ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. Ele é doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London (Reino Unido).

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