Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Com a Palavra Por Blog Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Procura por congelamento de óvulos aumenta durante a pandemia

Especialista relata crescimento da demanda por esse procedimento em meio às incertezas do coronavírus (e explica como a técnica é realizada)

Por Rodrigo Rosa, ginecologista e obstetra*
23 abr 2021, 10h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • As mudanças trazidas pela pandemia de Covid-19 dilapidaram muitos sonhos. Em meio a um cenário mundial de incertezas, mulheres que buscam ter filhos reorganizaram prioridades e uma parcela considerável passou a apostar suas fichas no congelamento de óvulos.

    Publicidade

    Globalmente, a busca pela criopreservação da fertilidade aumentou no ano passado. Para ter ideia, um artigo recente da revista norte-americana Time cita um aumento médio de 50% no congelamento de óvulos relatado por clínicas dos Estados Unidos, na comparação de 2019 para 2020.

    Publicidade

    Aqui no Brasil, calculamos que o crescimento tenha acontecido em medida semelhante. Nada mais justo nesse momento, em que tantos fatores fogem do nosso controle. A situação emocional e profissional, tendo em vista o próprio impacto mental, social e econômico da pandemia na vida dos casais, tornou o planejamento familiar altamente individualizado.

    Para mulheres acima dos 30 anos que decidiram adiar a gravidez, o congelamento de óvulos se mostra uma excelente opção. A queda na fertilidade feminina após essa idade, e de forma mais acentuada a partir dos 35 anos, ocorre porque a mulher já nasce com todo o estoque de óvulos que será utilizado durante toda a vida reprodutiva.

    Publicidade

    Ao longo do tempo, ocorre uma queda da quantidade e da qualidade dos óvulos, com maior incidência de erros genéticos. Isso dificulta a gestação e aumenta o risco de abortos espontâneos. A criopreservação ajuda a diminuir essa probabilidade, ao preservar a qualidade dos óvulos.

    Continua após a publicidade

    Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o adiamento da gestação é uma realidade. Entre 2009 e 2019, houve um crescimento de 63,6% entre o número de mães na faixa etária de 35 a 39 anos.

    Publicidade

    Para aquelas com idades entre 40 e 44 anos, a alta foi de 57% no mesmo período; e aumentou em 27,2% até mesmo o número de mães de 45 a 49 anos. Os partos entre jovens, por outro lado, caíram 23% (até 19 anos) e 8,4% nas mulheres entre 20 e 29 anos.

    Essa tendência já estava, ano a ano, popularizando o congelamento de óvulos no Brasil e no mundo. Mas essa é a primeira vez que vemos um aumento tão expressivo.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Como funciona a criopreservação?

    A técnica pode ser feita em óvulos, tecido ovariano, espermatozoides e embriões. Na temperatura de -196ºC, essas amostras mantêm seu metabolismo completamente inativado, sem que percam sua viabilidade e potencial de desenvolvimento. Os óvulos podem permanecer congelados por dez anos e são implementados por meio da fertilização in vitro.

    Além de condições de saúde, genética e de idade, há de se considerar também neste aumento da demanda a infertilidade, problema que afeta, atualmente, 48 milhões de casais no mundo. Para superá-lo, muitos casais optam por procurar especialistas para ter um bebê por meio de técnicas de reprodução assistida.

    Publicidade

    Com os dados atuais, ainda não está claro se o pós-pandemia resultará em um baby boom ou, por outro lado, em um colapso com queda da taxa de natalidade.

    Mas o aumento do congelamento de óvulos é uma indicação clara de que a preservação da fertilidade é uma das preocupações das mulheres nesse momento. Para muitas delas, a técnica é a principal esperança de se sentir segura o suficiente para adiar um sonho e ter um filho quando as coisas estiverem “menos de ponta cabeça”.

    Continua após a publicidade

    * Rodrigo Rosa, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, diretor da clínica Mater Prime, em São Paulo.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.