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Por que os dentes podem ficar moles?

Especialista explica o que causa a mobilidade na arcada dentária e o que pode ser feito para amenizar o problema

Por Maria Fernanda Peres, dentista especialista em periodontia*
Atualizado em 15 jun 2023, 18h21 - Publicado em 15 jun 2023, 10h42
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Condição é comum, mas nem sempre indica que o dente vai cair (Ilustração: André Moscatelli/SAÚDE é Vital)
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Quando falamos em dentes, a primeira coisa que nos vem à cabeça é um elemento duro, forte e fixo, principalmente quando a dentição está saudável. Agora, imagine se por algum motivo esse dente amolece? Pois bem, essa condição pode acontecer por diversos motivos.

Entre as causas dos dentes moles, a principal é a periodontite, doença bucal causada pela placa bacteriana (chamada tecnicamente de biofilme). Além dela, a mobilidade pode vir de fraturas, canais com problemas, questões de oclusão ou consequências do bruxismo

É importante dar atenção ao amolecimento, porque, dependendo do grau, pode haver perda dentária. Na maioria dos casos existe tratamento e é possível impedir essa complicação.  

Causas e consequências dos dentes moles 

Como expliquei acima, uma das principais razões que podem levar à mobilidade dental, nome técnico  dado ao amolecimento, é a periodontite, doença bucal causada, principalmente, pelo biofilme bacteriano, também conhecido como placa bacteriana.

Além de causar incômodo à pessoa, a condição pode avançar e, se não tratada, danificar a mucosa que sustenta o dente, resultando na sua perda. 

+ Leia também: Periodontite, um desafio à saúde bucal

No caso da fratura vertical, que acomete a raiz do dente, a chance de perda também é grande, porque a raiz é como se fosse um “cone” de sustentação. Quando abalada, afeta a sustentação do dente que fica comprometida.

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Problemas endodônticos – os que exigem tratamento de canal – são outro fator que pode abalar a raiz. Mesmo que o problema seja local, exige atenção.

Qualquer perda pode influenciar em toda a dentição, modificar o sistema mastigatório e alterar a oclusão (fechamento da boca). Isso leva inclusive, a um efeito dominó, repercutindo na perda de outros dentes.

Mobilidade temporária 

A má oclusão causa uma mobilidade transitória dos dentes.

Um exemplo é quando uma restauração fica um pouco mais alta e está com contato oclusal prematuro (quando o dente toca o outro antes dos demais). 

Nesse caso, a sensação de amolecimento acontece porque o dente é ligado ao osso por um tecido vascularizado chamado de ligamento periodontal. Quando este ligamento fica irritado pelo contato, fica mais espesso, resultando assim na mobilidade dental.

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+ Leia também: Dentes tortos: uma epidemia silenciosa e perigosa

Atenção à periodontite

A principal responsável pela mobilidade é uma doença bucal caracterizada pela destruição dos tecidos de suporte do dente, como a gengiva, e não só: pode levar a perda óssea e resultar no comprometimento do ligamento periodontal que une o dente ao osso.

O que precede tudo isso é a gengivite, uma inflamação na gengiva, causada pela falta de higiene bucal, que evolui para a periodontite. A gengivite por si só não causa mobilidade, mas se estiver associada a um outro fator pode causar, como por exemplo, se o paciente tem gengivite e fratura o dente.

Existem, ainda, dois fatores externos causadores da periodontite: o tabagismo e a diabetes tipo 2.

Grau de mobilidade

O grau da mobilidade é determinado pelo movimento que o dente faz nas direções horizontal e vertical, de 1 a 4. 

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Esses diferentes graus estão associados a várias situações, como a quantidade de suporte que o dente já perdeu e se a raiz do dente é mais longa ou mais curta.

Mas… dente mole tem cura?

Sim! Primeiro, o cirurgião-dentista trata o motivo causador da mobilidade. Em alguns casos, como na fratura de raiz, às vezes não há mais jeito e o indivíduo poderá perder mesmo os dentes. 

Entretanto, na maioria das situações, tratamentos são eficazes. Na periodontite, dependendo do grau do problema, o dente volta ao normal ou a mobilidade diminui com o tratamento adequado. 

Para doenças em estágio mais avançado, costuma-se optar pela raspagem a céu aberto, um tratamento cirúrgico no qual o cirurgião-dentista eleva a gengiva do paciente para ter acesso visual à raiz e assim remover a placa bacteriana.

Se mesmo com o tratamento ainda houver um pouco de mobilidade, alguns recursos são usados para dar conforto ao paciente. A esplintagem é um exemplo. Ela é uma espécie de contenção, colocada nos dentes para diminuir o movimento. 

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Atualmente, temos diversas opções, cada uma avaliada de acordo com o paciente. O mais importante, contudo, é deixar a raiz do dente bem longe de placa e tártaro, para que a gengiva fique cicatrizada e saudável e assim evite a mobilidade e diversas outras doenças bucais.

*Maria Fernanda Santos Peres é membro da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), mestre em Periodontia e professora da Universidade Santa Cecília

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