Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Os desafios com os planos de saúde no Novembro Azul

Convênios médicos negam acesso a exames e terapias mais modernas, comprometendo qualidade de vida de pacientes com câncer de próstata

Por Tatiana Kota, advogada especializada em direito à saúde*
23 nov 2020, 18h41

A campanha Novembro Azul tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre os cuidados com a saúde masculina. O movimento visa reforçar sobretudo a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. A estimativa emitida pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde, é de mais de 65 mil novos casos para este ano.

O atual cenário reforça a relevância do tema e alerta que a detecção inicial desse tumor, por meio de exames periódicos, possibilita maior chance de cura e qualidade de vida. O exame de sangue para avaliação da dosagem do PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal são essenciais na investigação do câncer de próstata, que representa o segundo tumor mais comum entre os homens.

Não bastasse a agressividade de alguns casos da doença, o paciente que possui plano de saúde ainda pode enfrentar outra batalha após o diagnóstico, desta vez com o convênio médico. Observamos recusas abusivas para aprimorar ou dar continuidade ao tratamento oncológico.

Normalmente, o convênio nega a cobertura do exame PET/PSMA, que utiliza uma substância radioativa específica para rastreamento da proteína produzida pela célula do câncer de próstata. Na maioria dos casos, também não autoriza a realização de uma cirurgia robótica, procedimento menos invasivo e com recuperação mais rápida.

A luta do paciente redobra com as sucessivas recusas dos planos em relação às novas medicações orais, sob a justificativa de ausência de previsão contratual, em razão do medicamento não estar inserido no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Editada pela entidade governamental, essa é uma lista mínima de exames, consultas, cirurgias e procedimentos que os convênios são obrigados a disponibilizar aos beneficiários.

Continua após a publicidade

Contudo, a lista não acompanha a evolução da ciência, o que resulta no impedimento do uso de técnicas e terapias inovadoras como o PSMA com o radiofármaco Lutécio 177, que é indicado para aqueles indivíduos que já passaram pelos tratamentos convencionais, mas ainda assim enfrentam a progressão da moléstia.

Em razão da agressividade no tratamento da patologia, alguns pacientes são acometidos pela disfunção erétil e, mesmo utilizando medicamentos e seguindo as orientações, não obtêm o resultado almejado. De modo a restaurar o funcionamento do órgão, a equipe médica pode recomendar o implante de prótese peniana inflável de três volumes. Porém, para a surpresa dos usuários, as operadoras alegam que são obrigadas a disponibilizar apenas a prótese convencional.

Diante disso, durante o mês de novembro, temos um papel importante para conter o avanço exponencial do câncer de próstata, amparar o paciente já debilitado pelas sequelas desse longo percurso e discutir como ampliar o acesso  a tratamentos mais modernos e eficazes.

* Tatiana Kota é advogada especializada em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados, em São Paulo

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.